Uso excessivo de celulares prejudica aprendizagem, concentração e saúde de crianças, diz pesquisa

Especialistas destacam os impactos negativos do uso excessivo de celulares na aprendizagem, concentração e saúde das crianças, levando a Secretaria Municipal de Educação (SME) do Rio de Janeiro a abrir uma consulta pública nesta segunda-feira (11) para discutir a proibição total de telefones nas escolas da rede.

Atualmente, os alunos têm permissão para usar os celulares nos intervalos e, ocasionalmente, em sala de aula para atividades específicas. No entanto, a proposta em debate busca proibir o uso durante todo o horário escolar, incluindo os recreios.

O Relatório de Monitoramento Global da Educação, elaborado pela Unesco, destaca que o uso constante de telas, como celulares e computadores, por crianças e adolescentes afeta o autocontrole, estabilidade emocional, ansiedade e depressão.

O secretário municipal de Educação, Renan Ferreirinha, enfatizou a TV Globo que o Brasil está entre os três países que mais utilizam redes sociais no mundo, mas ressalta que o decreto não é contra a tecnologia, e sim a favor do uso consciente e responsável.

Países como França, Austrália, Itália e algumas cidades dos Estados Unidos já proíbem o uso de celulares em salas de aula

A presidente do Instituto Singularidades, Claudia Costin, apontou ao g1 que o uso excessivo do celular prejudica o desempenho escolar, citando alerta de especialistas neurológicos e dados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa). O uso de celulares como distração afetaria o desenvolvimento de habilidades em disciplinas como matemática.

"A escola não é só para aquisição de habilidade cognitiva, mas também para uma introdução à sociedade, para brincar, conversar, para relacionar com outros jovens. Perder essa chance, cada um com seu celular, é muito triste e prejudica o desempenho dessas crianças e jovens", destaca Costin.

O pediatra Daniel Becker, que tem acompanhado de perto a relação entre crianças e o mundo digital, alertou para as consequências negativas, como a perda de habilidades, capacidades, relacionamentos e autoconhecimento. Ele enfatiza que o celular perturba o aprendizado e destaca sua presença como potencial causadora de problemas como cola, bullying e outros desafios no ambiente escolar.

A consulta pública, que receberá sugestões e opiniões, ficará aberta até 10 de janeiro de 2024, disponível no site educacao.prefeitura.rio/consulta.

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Jornalista em Multimeios. Repórter responsável por produzir matérias na editoria Sociedade no JC Concursos. Foi trainee de Jornalismo de Saúde do Estadão, estagiário no G1 Petrolina na TV Grande Rio e na Redação Virtual.