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Copom vai aumentar a Selic de novo? Saiba qual é a previsão dos economistas

Com manutenção da inflação alta, os dirigentes do Copom do BC devem manter a mesma estratégia de neutralidade na Selic

Calculadora, gráfico e caneta
Calculadora, gráfico e caneta - Agência Brasil

Victor Meira | [email protected]
Publicado em 14/06/2022, às 09h47

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O cenário da economia brasileira não é fácil. O país ainda está se recuperando dos efeitos negativos da pandemia de covid-19, que reduziu drasticamente a produção e venda de serviços de vários setores da pandemia. Uma das medidas para aumentar os investimentos seria a redução nas taxas de juros. Mas, com a inflação tão alta como a atual, a queda nos juros aumentaria ainda mais a pressão inflacionária. 

O Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central) enfrenta justamente este dilema na reunião que inicia nesta terça-feira (16). Os dirigentes irão definir qual será a taxa básica de juros, a Selic, durante as próximas semanas. 

O mercado financeiro, com os dados do Boletim Focus do BC, prevê um aumento na Selic de 12,75% para 13,25% ao ano até o final do ano. Contudo, os analistas da assessoria financeira EQI Asset preveem dois aumentos consecutivos de 0,5% e a taxa fechando 2022 em 13,75%. Inclusive, é a mesma previsão do banco de investimento BTG Pactual. 

Nesta quarta-feira, o Banco Central, mais do que indicar uma elevação de 50bps, deverá sinalizar que o ciclo de ajuste monetário continua e, caso opte por uma postura mais hawkish [alta de juros], deixa em aberto o ritmo de ajuste do próximo passo”, aponta o relatório do banco. 

Para corroborar com essa previsão, um levantamento feito pelo Jornal Valor Econômico indica que o Copom deve elevar a Selic para 13,25% agora em junho. 

Final do ciclo de alta da Selic?

Na ata da última reunião, os membros do Copom tinham sinalizado que pretendiam concluir o ciclo de alta da Selic porque as elevações dos últimos meses ainda estão sendo sentidas pelo mercado. 

Apesar dessa percepção, o cenário econômico não contribui para diminuir a taxa de juros. Guerra na Ucrânia, alta dos combustíveis, crise dos fertilizantes e interrupção nas cadeias de produção são fatores que impulsionam a inflação pra cima. 

Até a solidificada economia dos EUA está sofrendo com os impactos atuais, que registra a maior inflação nos últimos 40 anos. Com isso, a cotação do dólar cresce em todo o planeta.

Diante disso, Elias Wiggers, assessor de investimentos da EQI, em entrevista ao site Eu Quero Investir, entende que o Copom deverá manter o tom neutro, sem indicar se o final do ciclo já chegou ou quando será.

O fim do ciclo está não está tão longe, mas também não vai ser anunciado desta vez. Talvez na próxima reunião, que acontece depois de 45 dias”, afirma.

O comunicado de amanhã tende a ser neutro. O Copom não deve dizer quando será o fim do ciclo de alta, até porque o cenário internacional ainda é muito desafiador. É provável que ainda sejam precisos ajustes”, diz Wigger.

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