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Comprovado! Exercícios físicos previnem sintomas de Alzheimer

Os exercícios físicos podem prevenir ou ao menos atrasar o aparecimento de sintomas de doenças neurodegenartiva

Comprovado! Exercícios físicos previnem sintomas de Alzheimer
Freepik
Victor Meira

Victor Meira

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Publicado em 09/06/2023, às 15h29

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Pesquisadores das Universidades Federal de São Paulo (Unifesp) e de São Paulo (USP) publicaram um estudo sobre a relação entre exercícios físicos resistidos e a doença de Alzheimer. Segundo a pesquisa, a prática de exercícios resistidos, como a musculação, pode prevenir ou ao menos atrasar o aparecimento de sintomas dessa doença neurodegenerativa, além de funcionar como uma terapia simples e acessível para pacientes já diagnosticados. Os resultados foram publicados na renomada revista Frontiers in Neuroscience.

Embora idosos e pacientes com demência tenham dificuldades para realizar exercícios aeróbicos de alta intensidade, como corrida, a maioria dos estudos científicos relacionados à doença de Alzheimer têm focado nesse tipo de atividade. 

No entanto, a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda os exercícios resistidos como a melhor opção para a manutenção do equilíbrio, postura e prevenção de quedas. Esse tipo de exercício envolve contrações musculares específicas contra uma resistência externa e é considerado essencial para o aumento da massa muscular, força e densidade óssea, bem como para melhorar a composição corporal geral, capacidade funcional e equilíbrio. Além disso, ajuda a prevenir ou mitigar a sarcopenia, que é a fraqueza muscular decorrente do envelhecimento.

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Como os estudos foram realizados?

Para investigar os efeitos neuroprotetores desses exercícios, os pesquisadores realizaram experimentos com camundongos transgênicos que possuem uma mutação responsável pelo acúmulo de placas beta-amiloide no cérebro, uma característica típica da doença de Alzheimer. Os animais foram treinados para subir uma escada com carga progressiva em suas caudas, simulando o que seria feito em equipamentos de musculação. O treinamento durou quatro semanas, e ao final, amostras de sangue foram colhidas para análise dos níveis de corticosterona, um hormônio relacionado ao estresse e ao risco de desenvolver a doença de Alzheimer. Os resultados mostraram que os camundongos treinados apresentaram níveis de corticosterona normalizados, semelhantes ao grupo-controle composto por animais saudáveis. Além disso, houve uma diminuição na formação de placas beta-amiloide no cérebro dos animais treinados.

Os pesquisadores também avaliaram o comportamento dos camundongos para analisar a ansiedade em campo aberto, e observaram que o exercício resistido reduziu a hiperlocomoção nos animais com o fenótipo relacionado à doença de Alzheimer, equiparando-os ao grupo-controle. Essa redução na agitação é uma característica importante, considerando que alguns pacientes com Alzheimer ou outras demências apresentam esse tipo de comportamento.

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Pesquisadora explica a importância do exercício físico

Beatriz Monteiro Longo, professora de neurofisiologia da Unifesp e coordenadora do estudo, resumiu, para a Agência SP que pertence ao Governo SP, a importância desses achados, afirmando que o exercício físico resistido tem se confirmado cada vez mais como uma estratégia efetiva para prevenir o aparecimento de sintomas da forma esporádica do Alzheimer, que não está associada a mutações hereditárias, além de poder retardar o desenvolvimento da doença na forma familiar. Segundo ela, uma das possíveis razões para isso é a ação anti-inflamatória do exercício físico resistido.

O estudo em modelo animal baseou-se em uma revisão de estudos publicada pelo mesmo grupo da Unifesp, que fornece evidências clínicas sobre os benefícios dos exercícios físicos resistidos para minimizar o déficit nas funções cognitivas e comportamentais causado pela doença de Alzheimer. Os pesquisadores acreditam que essas descobertas podem estimular a criação de políticas públicas voltadas para o uso dessa terapia alternativa acessível, especialmente considerando o impacto econômico e social da doença de Alzheimer.

Além das universidades Unifesp e USP, pesquisadores das universidades Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e Federal de Ouro Preto (Ufop) também participaram do estudo, que foi financiado pela FAPESP.

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