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Banco Central mantém Selic em 13,75% ao ano, apesar da queda da inflação

O Banco Central decidiu manter a taxa Selic em 13,75% ao ano, mesmo com a queda da inflação e as pressões do governo. A decisão, esperada pelos analistas financeiros, indica que os juros básicos da economia só devem cair a partir de agosto

Banco Central mantém Selic em 13,75% ao ano, apesar da queda da inflação
Agência Brasil
Victor Meira

Victor Meira

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Publicado em 21/06/2023, às 22h02

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O Banco Central (BC) decidiu por unanimidade manter a taxa Selic, os juros básicos da economia, em 13,75% ao ano, apesar da queda da inflação e das pressões vindas de parte do governo. A decisão era esperada pelos analistas financeiros, que preveem uma redução dos juros apenas a partir de agosto.

Em comunicado, o Comitê de Política Monetária (Copom) indicou que ainda existem riscos em relação à inflação, incluindo possíveis pressões globais nos preços e incertezas sobre a votação do arcabouço fiscal. Diferentemente das últimas reuniões, foi retirada a frase que mencionava a possibilidade de aumento dos juros caso a inflação subisse, porém o Banco Central não informou quando pretende cortar a Selic.

A taxa Selic permanece no patamar mais alto desde janeiro de 2017, quando também estava em 13,75% ao ano. Essa é a sétima vez consecutiva em que o BC mantém a taxa, que está no mesmo nível desde agosto do ano passado. Anteriormente, o Copom havia elevado a Selic por 12 vezes seguidas em meio ao aumento dos preços de alimentos, energia e combustíveis.

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No período de março a junho de 2021, o Copom elevou a taxa em 0,75 ponto percentual em cada encontro. A partir de agosto do mesmo ano, o BC passou a aumentar a Selic em 1 ponto a cada reunião. Em razão da alta inflação e das tensões no mercado financeiro, a Selic foi elevada em 1,5 ponto de outubro de 2021 a fevereiro de 2022. No ano passado, o Copom realizou dois aumentos de 1 ponto em março e maio, e dois aumentos de 0,5 ponto em junho e agosto.

Antes do início do ciclo de alta, a Selic havia sido reduzida para 2% ao ano, o nível mais baixo desde o início da série histórica em 1986. Devido à contração econômica causada pela pandemia de COVID-19, o Banco Central reduziu a taxa para estimular a produção e o consumo. A taxa permaneceu no patamar mais baixo da história de agosto de 2020 a março de 2021.

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Entidades reclamam dos juros altos

Entidades do setor produtivo e centrais sindicais manifestaram preocupação com o impacto dos juros altos na recuperação da economia.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) classificou como "equivocada" a decisão do Copom. Segundo a entidade, a Selic, no maior nível desde janeiro de 2017, está desacelerando fortemente a inflação oficial medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), mas está acima do necessário e impõe riscos à produção e ao consumo. O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, espera que o Copom inicie o processo de redução da Selic na próxima reunião, acompanhando a continuidade da desaceleração da inflação.

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A Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) também considerou inadequada a decisão do Copom. A federação argumenta que a redução dos preços correntes e as expectativas inflacionárias em queda indicam espaço para uma redução da Selic. A Firjan destaca que o cenário doméstico tem contribuído para a redução da percepção de risco do país, refletindo positivamente no câmbio. A federação defende uma política monetária mais moderada, a aprovação do novo arcabouço fiscal e mudanças estruturais, como a reforma tributária, para impulsionar a confiança e a retomada do crescimento econômico.

As centrais sindicais também criticaram a manutenção da Selic. A Central Única dos Trabalhadores (CUT) destacou que os juros altos encarecem o crédito para pessoas físicas e empresas, prejudicando a população. A Força Sindical considerou um erro o atraso no início da queda da Selic em um momento em que a inflação está em declínio. Ambas as entidades ressaltam que a decisão do Copom é prejudicial para o atual momento econômico.

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