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A verdade sobre a colonização do Brasil que ninguém quer contar para você

Especialistas revelam a verdade sobre a colonização do Brasil, popularmente conhecida como "descobrimento", com a chegada dos portugueses em 1500

Desembarque de Pedro Álvares Cabral em Porto Seguro em 1500
Desembarque de Pedro Álvares Cabral em Porto Seguro em 1500 - Obra do pintor Oscar Pereira da Silva - Foto: Márcio Filho
Jean Albuquerque

Jean Albuquerque

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Publicado em 24/04/2023, às 15h44

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A verdadeira história sobre a colonização do Brasil, popularmente conhecida como "descobrimento do Brasil", ou o que de fato aconteceu pouco é contada. É de conhecimento, que em 22 de abril de 1500, aproximadamente mil portugueses chegaram a hoje cidade de Porto Seguro, na Bahia, a bordo de 13 embarcações, no comando de Pedro Álvares Cabral.

Especialistas ouvidos pela Radioagência Nacional relatam que o relato de centenas de anos depois, ainda privilegiando a figura de Cabral, nos livros de história, não é fiel ao que aconteceu, já que não se trata de fato de um descobrimento. 

À agência, o professor de história da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Fabrício Lyrio, explica que o que ocorreu foi uma invasão contínua. “Para a população que já estava habitando o continente da América, não teve nada a ver com descobrimento. Foi uma chegada de pessoas estranhas seguida de uma invasão". 

Ainda sobre o assunto, Lyrio ressalta que "a disputa da palavra existe há muitos anos. Há uma versão oficial da história que sempre vai tentar trazer de volta o termo ‘descobrimento’. Talvez fosse, de fato, uma novidade para o europeu, mas para os povos nativos foi muito mais uma invasão”.

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Revisão da história oficial 

Para combater a romantização da chegada dos portugueses ao Brasil em 1500, o professor Fabrício Lyrio argumenta que os livros didáticos e os professores devem desempenhar um papel crucial no debate sobre a versão oficial da história brasileira. 

Ele observa que há muitos pesquisadores especializados trabalhando na elaboração de livros didáticos, e que os professores em sala de aula podem contribuir para desconstruir a narrativa unidimensional da história, mostrando haver mais de um lado a ser considerado.

A professora de história Lavínia Rocha, que ensina em Belo Horizonte, Minas Gerais, segue essa abordagem. Ela encoraja os alunos a questionar as versões da história e a desenvolver um senso crítico, explicando que a história é construída a partir de um ponto de vista específico.

Ela argumenta que a educação deve buscar a transformação social e a justiça social, e que isso pode ser alcançado através da criação de narrativas múltiplas que incluam os pontos de vista das pessoas, que foram marginalizadas ou excluídas da história oficial.

“Nosso objetivo, hoje, é esmiuçar as histórias não contadas. Quando criamos os alunos com narrativas múltiplas, não só a dos vitoriosos, construímos uma subjetividade e uma empatia que são muito caras para a sociedade atual. O grande objetivo da educação é transformação social, é a busca por justiça social”, disse Rocha à Radioagência Nacional.

Após a chegada dos portugueses ao Brasil, o país foi colonizado e seus recursos minerais e naturais foram explorados para obter lucros. A mão de obra indígena, de imigrantes e de africanos foi explorada para esse fim. Milhões de africanos foram trazidos à força para o Brasil e vendidos como escravos pelos portugueses, com cerca de 700 mil morrendo antes de chegar.

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