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Vacina do HPV: conheça os riscos de NÃO vacinar crianças e adolescentes

Aplicação da vacina do HPV em crianças e adolescentes tem baixa adesão no Brasil. Vacina ainda é a principal forma de prevenir câncer causado pelo vírus

Menino recebendo vacina no braço
Menino recebendo vacina no braço - Freepik

Glícia Lopes

[email protected]

Publicado em 22/09/2022, às 12h02

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Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), o HPV é responsável pelas ISTs (infecções sexualmente transmissíveis) mais comuns do mundo e por quase 100% dos casos de câncer de colo do útero do planeta. A vacina do HPV é oferecida pelo SUS para crianças e adolescentes de determinada faixa etária. Além disso, é a principal forma de prevenção das doenças causadas pelo vírus. No entanto, no Brasil, a imunização está com baixa adesão, o que deixa as crianças e adolescentes sob grande risco.

O HPV é a sigla em inglês para denominar o Papilomavírus Humano, um vírus que infecta a pele ou mucosas das regiões oral, anal ou genital. Por isso, seu surgimento é associado a infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), mas o contágio não ocorre somente por essa via. O papilomavírus pode ainda ser transmitido via objetos contaminados e pelo contato direto com cortes e feridas, ou, embora mais raro, através do parto.

Esta infecção afeta tanto homens quanto mulheres e atualmente existem mais de 200 tipos deste vírus no mundo. Desse total, cerca de 40 são associados ao contato sexual e alguns tipos de HPV são responsáveis pelo desenvolvimento de cânceres, sendo o mais comum o câncer de colo de útero.

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Fatores de risco e prevenção para o HPV 

De acordo com o Ministério da Saúde, 75% das mulheres sexualmente ativas no Brasil vão ter contato com o HPV em algum momento da vida, com maior risco na faixa dos 25 anos de idade. Além disso, uma pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde, em conjunto com o Hospital Moinhos de Vento de Porto Alegre (RS), apontou que em 2017 mais da metade da população brasileira, cerca de 54,6%, apresentou contaminação pelo vírus HPV. Desse total, 38,4 % apresentaram alto risco para o desenvolvimento de câncer por infecção do HPV.

O Inca, Instituto Nacional do Câncer, estima para o ano de 2022 o surgimento de 16.710 novas ocorrências de câncer do colo do útero no Brasil, o tipo que ocupa a quarta posição entre os que afetam mais mulheres, que são mais suscetíveis a desenvolver casos graves da infecção.

A infecção pelo papilomavírus humano (HPV), no entanto, não apresenta sintomas na maioria das pessoas, o que aumenta a chance de risco de contaminação. Em alguns casos, a infecção pode permanecer em silêncio no organismo por anos, principalmente na população masculina, até que apresente sinais.

Os sinais do HPV podem surgir na vulva, vagina, colo do útero, região perianal, ânus, pênis (geralmente na glande), bolsa escrotal e/ou região pubiana. No entanto, as manifestações costumam surgir mais rapidamente em pessoas com imunidade baixa e em gestantes. Entre os principais sinais estão:

  • verrugas na região genital e no ânus (popularmente conhecidas como “crista de galo”, “figueira” ou “cavalo de crista”);
  • eventualmente, pode surgir coceira na região das verrugas; e
  • lesões não visíveis a olho nu (estas requerem exames clínicos e têm de baixo a alto risco de desenvolver câncer).

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Por que vacinar crianças e adolescentes contra o HPV?

Os tipos de HPV cancerígenos mais comuns e que são considerados os mais perigosos são: o HPV-16 e o HPV-18. Juntos, eles são responsáveis por aproximadamente 70% dos cânceres cérvicouterinos (sistema reprodutor feminino), câncer no pênis, ânus, do carcinoma orofaríngeo e dos cânceres da cabeça e do pescoço.

A vacina do HPV quadrivalente, oferecida gratuitamente pelo SUS, protege contra os tipos de HPV mais perigosos, o 16 e o 18, e é a principal forma de prevenir o desenvolvimento do câncer, comum nessas duas classes. O imunizante também protege contra os tipos 6 e 11, responsáveis pelo desenvolvimento de verrugas no trato ano-genital.

Não à toa, a vacina do HPV é oferecida logo no início ou próximo à adolescência, antes de iniciar a vida sexual. Isso se dá devido à maior eficácia de proteção quando imunizado nessa idade, já que o organismo tem maior capacidade de resposta em replicar os anticorpos contra este vírus. Além disso, em menor quantidade no organismo, é mais fácil combater o HPV nesta fase.

Com isso, o risco do câncer do colo do útero, como também as verrugas no aparelho genital, tanto feminino, como masculino caem em 70%. Além disso, é importante completar a imunização, que segue o esquema de duas doses, a fim de garantir os benefícios completos no combate às doenças causadas pelo vírus.

Atualmente, a vacina do HPV quadrivalente está disponível para:

  • Meninas de 9 a 14 anos;
  • Meninos de 11 a 14 anos;
  • Homens e mulheres com HIV, de até 45 anos de idade;
  • Pessoas transplantadas.

Outra forma de evitar o contágio é com a utilização do preservativo, a camisinha masculina ou feminina. Apesar disso, o vírus pode estar presente em outras regiões não protegidas pelo preservativo, como vulva, região pubiana, perineal ou bolsa escrotal.

A população que não esteja na cobertura vacinal deve realizar regularmente exames da região genital, são eles: o papanicolau ou preventivo (para mulheres) e a peniscopia (para homens). Desse modo, será possível observar alterações na região genital que podem indicar lesões pré-cancerosas, aumentando em quase 100% a chance de evitar o desenvolvimento do câncer.

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