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Esclerose múltipla: tratamento que atriz vai fazer nos EUA não tem comprovação científica

A Associação Brasileira de Neurologia observa que não há estudos clínicos que comprovem a eficácia do método apresentado à atriz; veja como funciona o tratamento

Tratamentos sem comprovação científica podem dar falsas esperanças aos pacientes
Tratamentos sem comprovação científica podem dar falsas esperanças aos pacientes - Foto: Grupo Calone
Pedro Miranda

Pedro Miranda

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Publicado em 28/12/2022, às 21h44

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O anúncio de que a atriz e comediante Claudia Rodrigues vai viajar aos Estados Unidos para um tratamento experimental contra a esclerose múltipla fez com que vários profissionais médicos fizessem um alerta publicamente para a falta de comprovação científica dessa terapia.

A Associação Brasileira de Neurologia observa que não há estudos clínicos que comprovem a eficácia do método apresentado à atriz, que consiste em fazer o chamado de “indução de choque térmico'', uma forma de resfriar o cérebro com a promessa de redução das sequelas da doença.

Nesse sentido, a Academia Brasileira de Neurologia (ABN) preocupa-se com possíveis efeitos colaterais desse tipo de terapia experimental. Claudia Rodrigues atuou por duas décadas no programa Zorra Total, da Rede Globo. Desde o diagnóstico, ela também ficou conhecida pela luta contra a esclerose múltipla.

Atualmente com 52 anos, Claudia e a namorada Adriane Bonato anunciaram a intenção de fazer esse tratamento experimental contra a doença nas redes sociais. 

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Tratamentos sem comprovação científica podem dar falsas esperanças aos pacientes

A coordenadora do Departamento Científico de Neuroimunologia da ABN, Cláudia Vasconcelos aponta que divulgar tratamentos sem base científica dá falsas esperanças aos pacientes. “Você tem que comparar um medicamento, um método, versus um outro que já exista, ou um grupo que já tenha feito, pra mostrar que realmente foi eficaz. E não tem isso, não tem esse dado”, afirma.

Cláudia destacou para a Radioagência Nacional que a ABN não pode aconselhar a realização do tratamento experimental, mas se preocupa porque os pacientes ficam em busca de uma cura, de um tratamento milagroso para uma doença crônica, sem dados científicos.

A esclerose múltipla é uma doença autoimune crônica que afeta o sistema nervoso central e pode causar problemas de visão, dificuldade para caminhar, dor crônica e perda de sensibilidade em certas partes do corpo.

No Brasil, cerca de 8 em cada 100 mil habitantes têm esclerose múltipla, e as mulheres têm duas vezes mais chances de sofrer com isso, de acordo com o Ministério da Saúde. Ainda assim, segundo a pasta, existem remédios que aliviam os sintomas e podem retardar a progressão da doença.

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