A Inteligência Artificial (IA) está cada vez mais presente nos processos seletivos. Descubra como as empresas estão utilizando essa tecnologia e os impactos no mercado de trabalho
Nos últimos anos, a Inteligência Artificial (IA) se tornou uma ferramenta indispensável no cotidiano de muitos brasileiros. No entanto, seu uso no mercado de trabalho, especialmente em processos seletivos, tem gerado preocupações.
Uma pesquisa do Nube - Estagiários e Aprendizes revelou que mais de 36% das redações entregues durante processos seletivos para estágio são desenvolvidas por IA ou com a ajuda dessa tecnologia.
A pesquisa mostrou que 25% das dissertações foram completamente elaboradas por ferramentas de IA.
“Percebemos isso de duas maneiras. Primeiro, notamos frases recorrentes e características comuns nas redações, que se tornam bastante repetitivas quando analisadas em massa”, explica Helenice Resende, gerente de recrutamento e seleção do Nube.
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O uso da IA revela uma falta de autenticidade e limita habilidades essenciais para o mercado de trabalho, além de criar um viés impessoal nas informações. “Além disso, o candidato é avaliado por outros meios e, cedo ou tarde, conseguimos identificar quando o desempenho na escrita não condiz com o perfil apresentado”, acrescenta Helenice.
A pesquisa também apontou que 11% dos candidatos utilizam a IA para auxiliar na elaboração de seus textos. “Eles optam por usar a IA por diversos motivos, como a praticidade de não precisar escrever nada, a agilidade na entrega da redação e a tentativa de driblar a avaliação dos selecionadores. No entanto, o resultado é o oposto do esperado”, comenta Helenice. Isso pode prejudicar a imagem do candidato.
Helenice destaca que o uso da IA durante o recrutamento pode ter consequências negativas. “Isso demonstra uma falta de ética. Se é solicitado ao candidato escrever uma redação, ele deve desenvolver algo original, com suas próprias ideias”.
Ao utilizar a IA, o candidato age de má-fé, tentando enganar os selecionadores. “No entanto, isso é um tiro no pé, pois o candidato não é avaliado apenas pela redação, mas também por outras ferramentas. Quando identificamos que o texto não é original, ocorre a desclassificação automática”, explica Helenice.
Independentemente da área de atuação, a IA tem ganhado espaço na rotina de trabalho de muitos profissionais. Uma pesquisa global realizada pela IBM revelou que 41% das empresas brasileiras já empregam IA em seus processos. “De forma geral, a IA facilita muito nosso cotidiano, permitindo acesso rápido a informações e auxiliando em atividades específicas e repetitivas”, aponta a especialista.
O levantamento do Nube mostrou que 64% das redações eram autorais, um número maior em comparação com aquelas feitas por IA. No entanto, o estudo revela uma tendência preocupante para o futuro. “Quem utiliza a IA de maneira deliberada não analisa se o conteúdo faz sentido. Além disso, o uso constante da IA impede o profissional de treinar, aprender e evoluir seus conhecimentos”, conclui Helenice.
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