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Uma questão de valor!

"Somos capazes de fazer grandes observações em campos alheios, ainda que o nosso não seja exemplo"

Redação
Publicado em 03/06/2013, às 10h17

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Edison Andrades

Todas as manhãs, durante o café, uma mulher comentava com seu marido, ao observar pela vidraça de sua janela, sobre como as roupas que sua vizinha estendia no varal eram sujas. O marido não comentava absolutamente nada. E isso se repetia continuamente. Certa vez, para a surpresa dele, a esposa revelou: “Até que enfim, nossa vizinha tomou vergonha na cara e deixou suas roupas limpas. Não aguentava mais ver alguém tão desleixada!” Nesse momento, seu marido reagiu dizendo: “Talvez, querida, seja porque eu tenha lavado nossa vidraça.” Somos capazes de fazer grandes observações em campos alheios, ainda que o nosso não seja exemplo.

Em nossas empresas, também não ocorre autorreflexão. É comum encontrarmos líderes que fazem, de suas equipes, justificativa para seus próprios erros, ao invés de se posicionarem como parte desta equipe e exercitarem a autoanálise.

Percebo que ainda há pouca ênfase nos conceitos éticos quando o assunto é o desenvolvimento do corpo de liderança. Muitas áreas contratantes se preocupam apenas com o fator confiança (principalmente financeira) e pouco com o poder de discipular, importantíssimo para os líderes internos. Hoje, vivemos numa sociedade um tanto corrompida em seus valores. Chama-se o certo de errado e vice-versa. Plágios e falsificações em produtos de consumo invadem nossas vidas todos os dias. Sonegações fiscais? Até no pãozinho da padaria. Traições e discórdias familiares parecem até normais dentro dos lares. As redes sociais representam o apogeu dos relacionamentos das novas gerações, anulando, por vezes, a importância do estar junto com os seus, de forma presencial.

O que precisamos, talvez, seja investir mais no incentivo ao “auto investimento”, ou seja, despertar, nas pessoas, valores de gente, e não de máquinas. Ajudá-las a se encontrarem como cidadãs e como seres humanos, pois assim, consequentemente, teremos, como brinde, belos profissionais empenhados em crescer. Por vezes, gestores investem demasiadamente em fantásticos programas de ascensão profissional, desenhando planos de carreira inovadores e até factíveis para seus colaboradores, e isso também é louvável. Mas quem sabe não seria melhor começar por algo muito mais simples e humano? Que tal um “Como vai você”?

Ah! E nunca se esqueça de incluir Deus em todos os seus planos.
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