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Analista do INSS fala sobre a carreira e concurso

1º lugar na última seleção para o cargo fala ao JC&E sobre rotina da função e sua preparação para a seleção

Reinaldo Matheus Glioche
Publicado em 08/03/2013, às 09h04

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O novo concurso para analista do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) se aproxima e deve reunir um alto índice de inscritos. Na última seleção para ampla concorrência entre graduados em qualquer área do conhecimento foram mais de 520 mil inscritos para 2.000 vagas. Devem participar da nova seleção candidatos que não obtiveram aprovação anteriormente e, também, marinheiros de primeira viagem que enxergam em um dos concursos mais disputados e comentados do país um porto seguro. Tanto quem se insere no primeiro grupo ou no segundo, às vezes, se ressente da falta de orientação de alguém que tenha sido bem sucedido nesta seleção em particular. Há questões e meandros que escapam à expertise de um professor de curso preparatório. “Mas eu recomendo muito um curso preparatório”, adverte Fabiano Rapozo, primeiro colocado no último concurso para analista do INSS, esse mesmo que reuniu mais de 520 mil inscritos.

Fabiano gentilmente concedeu uma entrevista ao JC&E para falar sobre a rotina do cargo, sua preparação para o concurso, as motivações para entrar no INSS e compartilhar algumas de suas estratégias para conseguir a vaga.

Sem querer, querendo – O INSS não era por assim dizer um objetivo límpido e cristalino para Rapozo. Ele, na verdade, estava tendo problemas de relacionamento com sua chefia no Departamento Geral de Ações Sócio Educativas do Governo do Estado do Rio de Janeiro (Degase) o que lhe motivou buscar uma melhor colocação no serviço púbico. A própria inscrição no INSS foi feita após uma improvável prorrogação do prazo de inscrições. No dia da prova, Rapozo lembra-se com certo ar de incredulidade, um domingo chuvoso, ele flertou com a ideia de ficar na cama. Mesmo depois da prova, da qual não levou caderno de questões e gabarito, não teve a impressão de ter feito uma excelente avaliação. “Apenas de que tinha ido bem. Para passar, mas não necessariamente bem ranqueado”, recorda-se com indisfarçável satisfação.

Rapozo tinha uma vantagem, porém, que nem todos os concurseiros têm: a experiência. Além de uma considerável bagagem prestando concursos diversos, ele já havia sido aprovado em uma porção deles. Não obstante, muito do conteúdo cobrado na seleção para analista do INSS, Rapozo já vinha estudando para outra seleção, a do Tribunal Regional Eleitoral do Estado do Rio de Janeiro (TRE/RJ). São detalhes que não podem ser desprezados e Rapozo sabe disso. Ele sabe também que é preciso disciplina. “Se fosse estudar sozinho, certamente não teria passado”, reflete. A matrícula na Academia do Concurso, no entanto, foi apenas o tiro de misericórdia. Rapozo lançou mão de outras estratégias para conseguir a vaga.

Prazer e cálculo – Formado em matemática, ele se preocupou em dividir seu dia entre os afazeres profissionais (que lhe consumiam cerca de sete horas por dia), o curso preparatório e ter, pelo menos, duas horas diárias para estudar. Nos fins de semana, mais quatro horas para revisão do conteúdo trabalhado durante a semana e, se possível, uma antecipação da matéria que seria trabalhada na semana seguinte no curso preparatório. A estratégia, defende Rapozo, lhe possibilitava ter maior consciência de suas dúvidas e tirar mais proveito do conhecimento dos professores.  Não é a receita de horas acumuladas que se costuma ver por aí. Para otimizá-las, mais estratégia!

“Fui me familiarizar com a abordagem do Cespe”, admite Rapozo que já havia prestado concursos organizados pela instituição antes e falhado. “É uma banca muito difícil com uma racionalização dos exercícios muito mais peculiar e específica. Às vezes, em uma mesma questão, estão embutidas disciplinas diversas”, contextualiza o analista. Outro mecanismo de estudo lançado por Rapozo se deu na abordagem do direito previdenciário – principal ramificação do Direito cobrada no concurso para analista. “Gosto muito de direito constitucional, então me preocupei em dominar todo o conteúdo de previdenciário que há em constitucional. Até porque depois é só dar conta da expansão. A base está ali”, revela Rapozo. “São as leis previdenciárias que vão regulamentar o que está previsto na constituição”.

“Gosto do que faço” – Ainda que não lide com o público, Rapozo se diz satisfeito com seu trabalho. “Às vezes é até melhor”, brinca sobre fazer o que muitos chamariam de “trabalho burocrático”. Cabe a ele fazer o meio de campo entre as agências do INSS que negam um benefício a um segurado e a direção do órgão em Brasília. Ele analisa novamente o pedido e observa se há ou não procedência na rejeição inicial por parte do INSS em contemplá-lo. “É cada pepino... Não tem trabalho fácil! Em compensação, aprendo todo dia”, diz a respeito dos inusitados casos que vão parar em suas mãos para análise.

Oficialmente o salário de um analista do INSS consiste em R$ 5.911 brutos. Nesse valor já estão consideradas as gratificações por atividade executiva e por desempenho. Rapozo informa, no entanto, que os vencimentos brutos chegam a R$ 8.000 com o acréscimo de outros benefícios que não são mencionados no edital.

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