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Taxas de juros no Brasil depende da guerra entre Rússia e Ucrânia, diz Banco Central

Para o Banco Central, os conflitos na Europa Oriental representam desafios para a política monetária. Confira a perspectiva do presidente do órgão

Banco Central diz que os conflitos na Europa Oriental representam desafios adicionais para a política monetária
Banco Central diz que os conflitos na Europa Oriental representam desafios adicionais para a política monetária - Agência Brasil

Pedro Miranda* | [email protected]
Publicado em 07/04/2022, às 21h40

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O presidente do Banco Central (BC) do Brasil, Roberto Campos Neto, disse nesta quinta-feira (7) que o futuro da taxa de juros no Brasil vai depender dos efeitos da guerra entre Rússia e Ucrânia e outros choques que afetam a inflação. Em um evento organizado por uma empresa de investimentos, Roberto afirmou que os conflitos na Europa Oriental representam desafios adicionais para a política monetária.

O presidente do BC disse que ao olhar a parte longa da curva e as expectativas de inflação mais longa, existe um certo consenso de que o país está indo pelo caminho certo. “A calibragem sempre depende da extensão do choque. Temos falado bastante sobre isso nas últimas reuniões do Copom [Comitê de Política Monetária]”, disse.

Mesmo que a guerra termine no curto prazo, o planeta continuará a enfrentar desafios por muito tempo, destacou Roberto Campos. Entre essas questões, ele citou o redistritamento das cadeias globais de valor, um problema que persiste desde a pandemia de Covid-19, e a divisão entre democracias e outros regimes.

O Banco Central anunciou na última reunião, que o Copom elevará a taxa Selic em 1 ponto percentual para 12,75% ao ano. Por outro lado, Campos Neto disse em eventos recentes que, se os choques internacionais (fatores externos que pesam sobre a inflação) persistirem, o governo poderá pressionar por uma alta adicional em junho.

Roberto ressaltou que os núcleos de inflação (medida que exclui os componentes com maior volatilidade) também estão em alta, o que indica persistência dos índices de preços.“A gente tem se preocupado em ser proativo em relação a isso, passar a mensagem de que o Banco Central tem os instrumentos para agir”, afirmou.

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Fim da tarifa extra na conta de luz deve reduzir pressão sobre os preços

Mesmo reconhecendo que o núcleo da inflação continua alto, o presidente do Banco Central disse que eles estão "um pouco mais comportados". No entanto, Roberto comentou que eventos recentes aliviaram as pressões de preços, como o anúncio do presidente Jair Bolsonaro na quarta (6) de remover a taxa extra das contas de luz após a melhora do nível da água na hidrelétrica.

Para os próximos meses, o principal problema deve ser as pressões inflacionárias globais. Ele lembrou que os EUA registraram sua maior inflação em 40 anos, com os preços ao consumidor norte-americanos oscilando em torno de 8% no período de 12 meses e o núcleo de inflação em torno de 6,5%.

Sobre a recente valorização do real, o presidente do Banco Central disse que a queda do dólar brasileiro se deve à rápida alta das taxas de juros nos últimos meses, à melhora das cobranças de curto prazo e ao aumento do preço das moedas internacionais.

Em relação às eleições, Campos Neto disse que, apesar da incerteza, as restrições impostas pela legislação eleitoral e pela Lei de Responsabilidade Fiscal manteriam os gastos públicos mais ou menos sob controle. "Por ser ano eleitoral, entramos em uma fase em que não podemos fazer nada. A lei eleitoral não permite. As finanças de curto prazo são mais ou menos predeterminadas", explicou.

*Estagiário sob supervisão do jornalista Jean Albuquerque

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