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Suspeita de fraude: Ministério da Saúde fecha contrato milionário com empresa de 1 funcionário

O contrato foi concedido sem licitação. Empresa não enfrenta restrições para participar de licitações ou contratos com o setor público. Entenda

Empresa não enfrenta restrições para participar de licitações ou contratos com o setor público
Empresa não enfrenta restrições para participar de licitações ou contratos com o setor público - Agência Brasil
Pedro Miranda

Pedro Miranda

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Publicado em 26/09/2023, às 19h08

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A Auramedi, uma pequena microempresa com apenas um funcionário registrado até março e sede em Aparecida de Goiânia, Goiás, alcançou um contrato de proporções gigantescas com o Ministério da Saúde. O acordo, firmado em abril, envolve o fornecimento de 293,5 mil frascos de imunoglobulina humana, um medicamento hemoderivado essencial para melhorar a imunidade de pacientes afetados por várias doenças, incluindo a síndrome de Guillain-Barré.

O contrato, no valor de R$ 285,8 milhões, foi concedido sem licitação e é celebrado com a empresa chinesa Nanjing Pharmacare, que a Auramedi representa nacionalmente. O que torna essa situação ainda mais intrigante é que a Auramedi é uma empresa praticamente desconhecida no mercado farmacêutico brasileiro.

A Nanjing Pharmacare também é representada no Brasil pela Panamerican Medical Supply, cujo um dos sócios, Marcelo Pupkin Pitta, já teve seu nome envolvido em investigações de fraude em licitação no Ministério da Saúde relacionadas à compra de medicamentos hemoderivados, incluindo imunoglobulina.

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Empresa não enfrenta restrições para participar de licitações ou contratos com o setor público

Conforme apurou o Metrópoles, a Auramedi tem uma sede que consiste em uma casa em um centro empresarial em Aparecida de Goiânia, e a presença na internet é quase nula, não possuindo sequer um site. Além disso, a empresa e o único sócio, Fábio Granieri de Oliveira, enfrentam acusações de improbidade administrativa em uma ação popular no Tribunal de Justiça do Pará, relacionada a suspeitas de fraude em uma contratação durante a pandemia da Covid-19 em Parauapebas.

A empresa não enfrenta restrições para participar de licitações ou celebrar contratos com o setor público. Um ponto intrigante é a mudança no quadro societário da Auramedi, com Fábio tornando-se o único sócio em maio de 2020, após a empresa ter sido transferida como pagamento de uma dívida a outras três pessoas. Antes disso, Fábio Granieri de Oliveira havia trabalhado na gigante farmacêutica EMS.

Embora a Auramedi tenha começado a participar de pregões de órgãos federais apenas a partir de outubro do ano passado, recebendo quantias modestas para o fornecimento de medicamentos, o contrato com o Ministério da Saúde representa o maior valor já recebido pela empresa até o momento, totalizando R$ 16,5 milhões.

Para garantir o contrato, a Auramedi desembolsou R$ 246,6 mil em um seguro de R$ 14,3 milhões, equivalente a 5% do valor total do contrato, conforme exigido pela legislação vigente. 

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