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Mortes, sequestros e rivalidade entre facções criminosas. O que está acontecendo na Bahia?

Bahia é o estado com o maior número absoluto de mortes violentas no Brasil desde 2019. O mês de julho registrou um total de 64 mortes em ações policiais em Salvador

Bahia é o estado com o maior número absoluto de mortes violentas no Brasil desde 2019
Bahia é o estado com o maior número absoluto de mortes violentas no Brasil desde 2019 - Agência Brasil
Pedro Miranda

Pedro Miranda

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Publicado em 05/09/2023, às 19h00 - Atualizado em 06/09/2023, às 16h40

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A Bahia está enfrentando uma escalada alarmante no número de mortes resultantes de intervenções policiais, com um registro de 31 mortes causadas pela polícia em apenas uma semana, no período de 28 de julho a 4 de agosto.

De acordo com dados do Instituto Fogo Cruzado, que monitora informações sobre tiroteios e violência armada na Grande Salvador, o mês de julho registrou um total de 64 mortes em ações policiais no estado. Esse número representa um recorde desde julho de 2022, quando a entidade começou a acompanhar a violência na Bahia.

Desde a noite de domingo (3), os bairros Alto das Pombas e Calabar, localizados em Salvador, vivem momentos de tensão devido a confrontos entre facções criminosas. Na segunda-feira (4), a situação na região, que faz fronteira com bairros nobres da capital baiana, se agravou com troca de tiros e ações que envolveram 17 reféns. O policiamento na área foi intensificado para conter a violência.

Os moradores dessas localidades estão vivendo momentos de terror, e muitos optaram por deixar suas casas em busca de segurança. Durante o decorrer da segunda-feira, pelo menos cinco suspeitos foram mortos em confrontos com as forças de segurança. Três pessoas foram presas, e diversas armas, incluindo fuzis e granadas, foram apreendidas.

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Bahia é o estado com o maior número absoluto de mortes violentas no Brasil desde 2019

O Alto das Pombas é vizinho ao Calabar e está próximo de bairros valorizados de Salvador, como a Federação e a Graça. Apesar da beleza natural da região, a comunidade tem sido marcada por conflitos cada vez mais frequentes. Em janeiro deste ano, um homem foi morto em meio a um tiroteio entre membros de facções rivais que disputam território para o tráfico de drogas na área.

Além das mortes nos últimos meses, também foram registrados casos de pessoas sem histórico criminal sendo feridas em ações da polícia. Em 31 de julho, o jogador de futebol Alessandro Miranda Santos, conhecido como Pantico, foi baleado na perna em Lauro de Freitas. Em 3 de agosto, um músico foi ferido na Amaralina.

A Bahia é o estado com o maior número absoluto de mortes violentas no Brasil desde 2019. No ano passado, segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, o estado registrou uma queda de 5,9% nos casos, passando de 7.069 em 2021 para 6.659 em 2022.

A crescente letalidade policial na Bahia tem sido motivo de preocupação para entidades de direitos humanos e do movimento negro, que denunciam o que classificam como um genocídio de jovens negros nas periferias das cidades do estado. Além disso, aulas nas escolas e universidades estão sendo suspensas na região por conta da violência. 

Qual a posição do governador da Bahia? 

O governador Jerônimo Rodrigues permaneceu em silêncio por nove dias após o episódio de violência policial em Jauá, onde sete pessoas morreram durante uma operação em 29 de julho. No entanto, no dia 6 de agosto, um dia após o Ministério dos Direitos Humanos ordenar a investigação dos incidentes de violência policial na Bahia, o governador emitiu uma declaração nas redes sociais.

Jerônimo anunciou que havia conversado com o ministro Silvio Almeida sobre medidas para prevenir a violência e reduzir a letalidade policial, mostrando-se disposto a trabalhar em parceria com o governo federal.

Na noite de segunda-feira (4), durante coletiva de imprensa, no Congresso Norte Nordeste de Secretarias Municipais de Saúde, Jerônimo disse que não será necessário solicitar apoio do governo federal para auxiliar no enfrentamento da violência no estado. 

"Nós sempre trabalhamos com a perspectiva de dar conta do recado. Prova disso foi a coletiva que fizemos hoje, apresentando já o resultado das investigações da morte da Mãe Bernadete”, justificou.

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