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Juiz da Lava Jato é afastado após ameaças; oposição cita admiração dele por Lula

Juiz da Lava Jato afastado ocupou o lugar de Luiz Antônio Bonat, que foi promovido a desembargador do TRF-4

Juiz da Lava Jato é afastado após ameaças; oposição cita admiração dele por Lula
Ricardo Stuckert/PR
Victor Meira

Victor Meira

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Publicado em 23/05/2023, às 11h25

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O juiz Eduardo Fernando Appio, de 53 anos, foi afastado de seu cargo como titular da 13ª Vara Federal de Curitiba, que já foi ocupada pelo ex-senador Sérgio Moro durante a Operação Lava Jato. A decisão de afastamento foi tomada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região após investigações sobre a conduta de Appio e supostas ameaças feitas ao filho do desembargador federal Marcelo Malucelli. 

A nomeação de Appio ocorreu em fevereiro, quando o juiz Luiz Antônio Bonat foi promovido a desembargador do TRF-4. Na época, a vara tinha 40% dos processos relacionados à Lava Jato. 

Appio, embora tenha feito críticas à condução da operação, afirmou que não pretendia encerrá-la. Ele ganhou destaque como "garantista" e criticou métodos utilizados na Lava Jato. O magistrado também enfrentou ataques públicos do ex-deputado Deltan Dallagnol, um dos protagonistas da operação. 

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O ex-procurador acusou Appio de ter um claro alinhamento ideológico de esquerda. Para o Estadão, Appio negou vinculação a qualquer partido ou movimento político e rebateu o deputado: “Todo político de extrema-direita acredita que o mundo é vinculado à esquerda”.

O afastamento ocorreu após uma representação feita pelo desembargador Marcelo Malucelli, que se envolveu em uma polêmica relacionada ao advogado Tacla Duran, ex-advogado da Odebrecht, que acusa Moro e Dallagnol de agirem de forma ilegal. 

O Tribunal suspeita da relação entre Appio e as supostas ameaças relatadas pelo filho do desembargador, que é sócio de um escritório em Curitiba, no qual também estão Rosângela Moro, esposa de Sérgio Moro, e o próprio Moro. 

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Afastamento de Appio e acusações de juiz tendencioso

Após a decisão de afastamento de Appio, o TRF-4 optou por tornar público o caso que estava sob sigilo. O procedimento está sendo analisado pelo corregedor regional, desembargador Cândido Alfredo Silva Leal Júnior, que será responsável por conduzir o processo. O juiz terá um prazo de 15 dias para apresentar sua defesa prévia.

Logo após a divulgação da decisão de afastamento, Dallagnol referiu-se ao juiz afastado como um "juiz militante" em uma postagem no Twitter. O ex-procurador da República mencionou o fato de Appio ter utilizado a sigla "LUL22" como acesso aos sistemas da Justiça Federal no Paraná. Horas antes, Appio havia explicado que usou essa sigla como uma forma de "protesto isolado contra uma prisão que considerava ilegal", já que na época trabalhava com direito previdenciário e o ex-presidente Lula estava detido no âmbito da Operação Lava Jato.

O afastamento de Appio foi divulgado horas depois de o magistrado expressar sua admiração por Lula. Appio afirmou que o presidente é uma figura histórica e extremamente importante para o país. No entanto, ressaltou que essa admiração não tem influência em suas decisões como juiz.

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