De acordo com os dados do Tesouro Nacional, quase 2 milhões de pessoas têm aplicação de investimentos em Tesouro Direto no Brasil
Victor Meira | [email protected]
Publicado em 13/06/2022, às 16h18
Um cenário com juros altos impacta de várias formas na economia. Por exemplo, um levantamento do Google Finanças mostra que o Ibovespa, a bolsa de valores brasileira, já teve uma desvalorização de 21,14% entre os meses de junho de 2021 e junho de 2022. Apesar disso, por outro lado, há uma categoria de investimentos que se beneficia disso, o Tesouro Direto.
“Quando a inflação está muito elevada, o Banco Central reage aumentando a Selic para poder controlá-la”, explica para a Exame o analista de renda fixa do BTG Pactual, Odilon Costa.
De forma simples, o Tesouro Direto é uma espécie de empréstimo que as pessoas fazem com o governo, que será pago com juro pela União. Quando a taxa básica de juros está em um patamar mais alto, a remuneração de retorno deste investimento também é maior.
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Diante disso, o número de investidores no Tesouro Direto está cada vez maior. Segundo a Secretaria do Tesouro Nacional, em abril, o Brasil teve 1,93 milhão de pessoas ativas aplicando o seu dinheiro nessa categoria. Houve um aumento de 34,3 mil novos investidores.
Ao fazer uma comparação anual, o número de pessoas que investem no Tesouro Direto teve um crescimento de 72,8%. Ao somar o número de total de investidores, ativos e inativos, o número chega a 18,39 milhões de pessoas.
As aplicações de até R$ 1 mil representaram 61,22% das operações de investimento no mês. O valor médio por operação foi de R$ 6.324,79.
O título que mais atraiu os investidores foi o Tesouro Selic, indexado à taxa básica de juros, que representou, em vendas, R$ 1,83 bilhão e correspondeu a 58,69% do total.
Os títulos indexados à inflação (Tesouro IPCA+ e Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais) somaram R$ 951,10 milhões e corresponderam a 30,44% das vendas, enquanto os títulos prefixados (Tesouro Prefixado e Tesouro Prefixado com Juros Semestrais) somaram R$ 339,85 milhões em vendas, ou 10,88% do total.
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O investimento em Tesouro Direto é uma modalidade de renda fixa. Logo, ele é considerado um dos mais conservadores. Além disso, o TD é uma boa opção para a criação de uma reserva de emergência, pois ele rende com opções que acompanham a inflação e tem liquidez diária.
“Quando falamos de reserva de emergência, toda e qualquer aplicação tem de ter o mínimo de risco de crédito possível. Além disso, você não pode ter grandes variações de preços nos ativos (risco de mercado). O dinheiro também tem de ser acessível em D+0 ou D+1. Ou seja, não pode haver risco de liquidez”, explica Costa ainda na Exame.
Logo, com a manutenção de uma inflação alta, não apenas no Brasil, mas em todo o mundo, adotar uma estratégia mais conservadora é a principal recomendação dos analistas de investimentos. Com isso, o Tesouro Direto é uma das opções mais que tem os melhores rendimentos em um cenário econômico tão complicado.
*com informações da Agência Brasil e Secretaria do Tesouro Nacional
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