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Governo escancara abismo salarial: Mulheres ganham 19,4% menos que homens no setor privado

Relatório divulgado pelo governo nesta segunda-feira (25) aponta para aumento diferença salarial de 25,2% em cargos de dirigentes e gerentes

Disparidade salarial
Disparidade salarial - Divulgação JC Concursos
Jean Albuquerque

Jean Albuquerque

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Publicado em 25/03/2024, às 14h42

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O 1º Relatório de Transparência Salarial, divulgado nesta segunda-feira (25) pelos ministérios das Mulheres e do Trabalho e Emprego, revelou que existe uma disparidade salarial significativa entre homens e mulheres nas maiores empresas do país

Segundo os dados, as mulheres recebem em média 19,4% a menos do que os homens nessas organizações. Além disso, a diferença salarial aumenta para 25,2% em cargos de dirigentes e gerentes.

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O levantamento abrangeu 49.587 estabelecimentos do setor privado com 100 ou mais funcionários até março deste ano. A maioria das empresas que participaram do estudo (73%) têm pelo menos 10 anos de existência e empregam quase 17,7 milhões de pessoas.

Essa análise salarial está segundo a lei de igualdade salarial entre gêneros, que entrou em vigor no ano passado. De acordo com essa legislação, as empresas que não cumprirem as regras de equiparação salarial estarão sujeitas a multas significativas.

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Veja outras disparidades salariais 

Os dados revelam também disparidades salariais adicionais quando consideramos raça e etnia. O salário mediano das mulheres negras corresponde a 82% da média nacional para mulheres, enquanto o dos homens não negros é 19% superior à média masculina. Além disso, as mulheres negras ganham apenas 66,7% do que recebem as mulheres não negras.

A análise regional mostra que os maiores salários de contratação mediano estão no Distrito Federal e em São Paulo. Esses estados também registraram as maiores remunerações médias. 

No entanto, apesar desses números, apenas uma parcela das empresas possui políticas de incentivo à contratação e promoção de mulheres, especialmente em grupos específicos, como mulheres negras, com deficiência, LBTQIAP+, chefes de família e vítimas de violência.

Apenas cerca de um terço das empresas adotam políticas para promover mulheres a cargos de direção e gerência, destacando a necessidade contínua de esforços para garantir a igualdade de oportunidades no mercado de trabalho.

Veja os critérios para remuneração no país 

Segundo os dados do relatório sobre igualdade salarial, mais da metade das empresas (51,6%) implementaram planos de cargos e salários ou planos de carreira. Dentro dessas empresas, é comum encontrar critérios remuneratórios baseados em diferentes aspectos, tais como:

  • Proatividade, presente em 81,6% das empresas analisadas, valorizando colaboradores que demonstram iniciativa e vontade de melhorar processos;
  • Capacidade de trabalhar em equipe, considerada em 78,4% das empresas, reconhecendo a importância do trabalho colaborativo para o sucesso organizacional;
  • Tempo de experiência, utilizado como critério em 76,2% das empresas, refletindo a valorização da expertise e conhecimento acumulado ao longo da carreira;
  • Cumprimento de metas de produção, mencionado em 60,9% das empresas, incentivando a produtividade e o alcance de objetivos estratégicos;
  • Disponibilidade de pessoas em ocupações específicas, utilizado por 28% das empresas, considerando a demanda por determinadas habilidades ou funções na organização;
  • Horas extras, consideradas em 17,5% das empresas, refletindo o reconhecimento do esforço adicional dos colaboradores em situações específicas.

Esses critérios remuneratórios demonstram a diversidade de abordagens adotadas pelas empresas para valorizar e recompensar seus colaboradores com base em diferentes aspectos de desempenho e contribuição para o sucesso organizacional.

DF tem menor desigualdade salarial 

O relatório revela variações significativas nas disparidades salariais entre homens e mulheres em diferentes unidades da federação do Brasil. No Distrito Federal, por exemplo, observa-se uma menor diferença salarial, com as mulheres recebendo em média 8% a menos que os homens. Este resultado se baseia em um universo de 1.010 empresas e 462 mil trabalhadores, com remuneração média de R$ 6.326,24.

Já nos estados de Sergipe e Piauí, as diferenças salariais também são relativamente baixas, com as mulheres ganhando 7,1% e 6,3% menos que os homens, respectivamente. No entanto, é importante notar que nesses estados a remuneração média é significativamente menor, atingindo R$ 2.975,77 em Sergipe e R$ 2.845,85 no Piauí.

Em contraste, São Paulo se destaca pelo maior número de empresas participantes do estudo, totalizando 16.536, refletindo uma maior diversidade de cenários. Mulheres enfrentam uma diferença salarial consideravelmente maior, recebendo em média 19,1% a menos que os homens, quase em linha com a média nacional de desigualdade salarial. A remuneração média no estado é de R$ 5.387, evidenciando tanto a complexidade quanto a amplitude das disparidades salariais de gênero no país.

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