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Banco Central corta 0,5% pontos pela primeira vez desde 2020

O Copom do BC decidiu reduzir a taxa Selic para 13,25% ao ano, sendo a primeira desde 2020. Saiba como essa decisão reflete o cenário doméstico e externo e entenda as projeções para a inflação

Banco Central corta 0,5% pontos pela primeira vez desde 2020
Divulgação BC
Victor Meira

Victor Meira

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Publicado em 02/08/2023, às 18h58

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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) tomou uma decisão importante ao reduzir a taxa Selic para 13,25% ao ano, a primeira queda desde 2020. Essa redução foi aguardada pelo mercado financeiro, que estava dividido entre uma queda de 0,25% ou 0,5%. 

A taxa Selic é um dos principais instrumentos de política monetária do BC e serve como referência para as demais taxas de juros praticadas na economia brasileira.

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Entenda a decisão de redução da Selic

Segundo o comunicado da Selic, o cenário que levou à redução da Selic inclui fatores externos e internos. Em relação ao ambiente externo, o comunicado do Copom ressalta que há incertezas e desinflação em alguns mercados, mas também núcleos de inflação ainda elevados e mercados de trabalho resilientes em diversos países. Os bancos centrais das principais economias continuam determinados a convergir as taxas de inflação para suas metas.

No cenário doméstico, os indicadores de atividade econômica mostram uma desaceleração nos próximos trimestres. Apesar do arrefecimento dos índices de inflação ao consumidor, é prevista uma elevação da inflação acumulada em doze meses ao longo do segundo semestre. As expectativas de inflação para 2023, 2024 e 2025, apuradas pela pesquisa Focus, recuaram, mas ainda se situam acima das metas para a inflação.

Diante desses cenários e dos riscos tanto de alta quanto de baixa para a inflação, o Copom decidiu iniciar um ciclo gradual de flexibilização monetária, com a redução de 0,50 ponto percentual na taxa Selic. Essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para a meta ao longo do horizonte relevante, que inclui o ano de 2024 e, em grau menor, o de 2025. Além disso, a redução da Selic também visa suavizar as flutuações da atividade econômica e fomentar o pleno emprego.

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O Copom avaliou também a alternativa de reduzir a taxa básica de juros para 13,50%, mas optou pelo ritmo de queda de 0,50 ponto percentual nesta reunião. A conjuntura atual, caracterizada por um processo desinflacionário que tende a ser mais lento e expectativas de inflação com reancoragem parcial, demanda serenidade e moderação na condução da política monetária.

O comunicado do Copom reforça a necessidade de perseverar com uma política monetária contracionista até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas.

"A conjuntura atual, caracterizada por um estágio do processo desinflacionário que tende a ser mais lento e por expectativas de inflação com reancoragem parcial, demanda serenidade e moderação na condução da política monetária", diz o Copom. 

O Comitê também destaca que o processo de flexibilização da taxa Selic deve continuar nas próximas reuniões, considerando a evolução da dinâmica inflacionária, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos.

"Em se confirmando o cenário esperado, os membros do Comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário", cita o comunicado. 

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