Os dados recentes de emprego reforçam que o avanço da confiança de serviços e comércio é fundamental para o aumento da força de trabalho no Brasil
VIctor Meira | [email protected]
Publicado em 29/06/2022, às 09h55
Um dos principais indicadores para avaliar a tendência de geração de empregos na economia é o índice de confiança do setor, que é feito pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV-Ibre). Com base nestes dados, há percepção que a geração de empregos no Brasil deve continuar em alta, como indicam as últimas publicações do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) e do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).
No Novo Caged, o saldo de empregos em maio foi de 277 mil novas vagas, considerado um recorde histórico. Já o Ipea divulgou que a taxa de desemprego ficou em 9,4%, sendo a menor desde outubro de 2015.
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Dito isso, o Índice de Confiança de Serviços (ICS) se manteve praticamente estável ao variar 0,4 ponto em junho, para 98,7 pontos. Porém, este é o maior nível desde outubro de 2021 (99,1 pontos). Em médias móveis trimestrais, o índice subiu 2,2 pontos e mantém a tendência de alta.
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Rodolpho Tobler, economista do FGV-Ibre, explica que a confiança dos empresários do setor de serviços ainda está alta, mas abaixo do que foi observado nos últimos meses.
“O resultado positivo de junho foi influenciado pela melhora das expectativas com os próximos meses, enquanto a percepção sobre o momento presente se mantém igual ao mês anterior”, afirma.
Tobler destaca que o nível se mantém em um patamar de neutralidade, mas aponta que ainda é preciso cautela, pois o ambiente macroeconômico é desafiador e pode brecar o ritmo de recuperação da confiança do setor.
Enquanto que o Índice de Confiança do Comércio (ICOM) cresceu 4,6 pontos em junho, ao passar de 93,3 para 97,9 pontos, maior nível desde agosto de 2021 (100,9 pontos). Em médias móveis trimestrais o indicador subiu 3,7 pontos, o quarto resultado positivo consecutivo.
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O economista do FGV-Ibre também comentou sobre os resultados do comércio. Ele salienta que a confiança do comércio conquistou a segunda alta seguida no final do semestre, que foi motivado pela melhora de “dois horizontes temporais”.
“Para os próximos meses, ainda é necessária certa cautela, o grande desafio passa a ser a continuidade desse cenário favorável mesmo com o fim da liberação de recursos extraordinários, ambiente macroeconômico ainda desfavorável e confiança do consumidor em patamar baixo,” avalia Tobler.
*com informações do FGV-Ibre
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