Valor da cesta básica cai em agosto em 16 capitais e salário mínimo também recua; confira

O valor da cesta básica recuou com a queda nos preços da batata, óleo de soja, café, pão francês, dentre outros

Victor Meira   Publicado em 08/09/2022, às 13h50

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Os efeitos da deflação já podem ser sentidos no bolso dos brasileiros. Pelo menos é o que revela o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), que informa que o valor da cesta básica caiu em agosto em 16 das 17 capitais analisadas pelo órgão. 

De acordo com a pesquisa, a única capital que apresentou alta foi Belém, cuja variação foi de 0,27%. As quedas mais expressivas foram observadas em Recife (-3%), seguida por Fortaleza (-2,26%), Belo Horizonte (-2,13%) e Brasília (-2,08%). 

Em agosto, a cesta mais cara do país era a de São Paulo, onde o custo médio dos alimentos básicos foi estimado em R$ 749,78, seguida por Porto Alegre (R$ 748,06), Florianópolis (R$ 746,21) e Rio de Janeiro (R$ 717,82). 

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Nas cidades do Norte e Nordeste, onde a composição da cesta é diferente, os menores valores médios foram registrados em Aracaju (R$ 539,57), João Pessoa (R$ 568,21) e Salvador (R$ 576,93). 

Em agosto, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 6.298,91, ou 5,20 vezes o mínimo de R$ 1.212,00. Em julho, o valor necessário era de R$ 6.388,55, ou 5,27 vezes o piso mínimo. Em agosto de 2021, o valor do mínimo necessário deveria ter ficado em R$ 5.583,90, ou 5,08 vezes o valor vigente na época, de R$ 1.100,00. 

Os principais destaques dos preços da cesta básica

O preço da batata diminuiu em todas as cidades da região Centro-Sul, onde o tubérculo é pesquisado.  A maior oferta foi explicada pelo bom ritmo da colheita.

O mesmo fenômeno foi observado com o preço do óleo de soja, que recuou em todas as cidades.  A redução dos preços internacionais da soja, devido a uma demanda menor e ao ritmo menos intenso de negócios, contribuiu para o crescimento da oferta. 

Internamente, com o aumento da disponibilidade da soja e demanda reduzida, reprimida por causa dos altos patamares de preços do óleo no varejo, houve queda no valor médio.

O quilo do feijão carioquinha diminuiu em quase todas as cidades onde o item é pesquisado (Norte, Nordeste, Centro-Oeste, em Belo Horizonte e em São Paulo), com taxas que variaram entre -6,68%, em São Paulo, e -1,25%, em Natal. A única alta ocorreu em Recife (3,23%).

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Houve queda no valor médio do quilo do tomate em 15 das 17 capitais. As reduções variaram entre -22,14%, em Natal e Fortaleza, e -3,69%, em São Paulo. As elevações foram registradas em Vitória (9,72%) e Porto Alegre (2,56%). 

O valor do quilo do café em pó diminuiu em 15 das 17 capitais. As quedas mais expressivas foram registradas em Belo Horizonte (-5,09%), Brasília (-3,80%) e Salvador (-3,71%). Em João Pessoa, o preço não variou e em Fortaleza, houve alta de 0,58%. 

O preço do quilo do pão francês subiu em 14 cidades. As maiores elevações ocorreram em Belém (5,41%), Belo Horizonte (2,27%) e Campo Grande (1,96%). Em Recife, o valor não variou e em João Pessoa (-0,65%) e Porto Alegre (-0,24%), houve recuo. 

Já a farinha de trigo, coletada no Centro-Sul, teve o preço aumentado em oito das 10 capitais onde é pesquisada. As maiores variações ocorreram em São Paulo (4,14%) e Brasília (3,57%). Em Florianópolis, o preço médio não variou. Em Campo Grande, houve queda (-2,53%). 

Em 12 meses, o preço do pão francês apresentou alta em todas as cidades, as maiores em Aracaju (30,66%), Salvador (29,08%) e Brasília (28,90%). Em igual período, o valor médio da farinha de trigo acumulou aumentos entre 19,29%, em Florianópolis, e 42,41%, em Curitiba. 

A geada no Sul prejudicou a lavoura de trigo, o que reduziu ainda mais a oferta.

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