Professores de faculdades privadas de SP aprovam greve por reajuste salarial

Greve está agendada para 5 de setembro e mais de 2 milhões de alunos podem ficar sem aula. Professores pedem reajuste salarial de 10,5% para compensar inflação

Mylena Lira   Publicado em 28/08/2022, às 16h59

Divulgação

Professores e funcionários de setores administrativos do ensino superior de todo o estado de São Paulo poderão, a partir do dia 5 de setembro, entrar em greve - um direito previsto na Constituição Federal. A categoria tenta, há seis meses, negociar o reajuste salarial de 10,5% para compensar a inflação dos últimos 12 meses, além de reinvidicar condições de trabalho adequadas após a expansão do ensino remoto na pandemia da Covid-19.

Mais de 2 milhões de alunos podem ficar sem aula. Porém, a paralização vai ocorrer se as instituições de ensino superior não apresentarem proposta de recuperação da defasagem salarial. Segundo a Federação dos Professores do Estado de São Paulo (Fepesp), as negociações começaram em março, mas as faculdades querem reajustar só em 7% e a partir de setembro, sem pagar os seis meses retroativos.

"Estamos há seis meses tentando negociar a reposição da inflação e do poder de compra de nossos salários (o que não acontece desde 2020), além de condições de trabalho dignas e justas, capazes de garantir a boa educação de nossas alunas e alunos", ressalta a Fepesp em carta aberta ao estudantes e seus familiares, publicada no portal do sindicato.

+Precisa de grana extra? Saiba como antecipar o 13º salário para receber agora

Pandemia gerou lucro e prejudicou ensino

Segundo a Fepesp, os grandes grupos educacionais usam "estratégias que acarretam aumento nos lucros, em prejuízo da qualidade de ensino: ensalamentos e reduções abusivas de cargas horárias". Professores relatam que, após a pandemia, as faculdades ampliaram as aulas online, mesmo nos cursos presenciais.

Contudo, ao fazer isso, agruparam grande número de alunos numa mesma sala online, num processo de "enturmamento", como publicou a Folha de S.Paulo. Enquanto antes os docentes lecionavam para até 60 alunos por sala, hoje ministram para até 300 estudantes de uma só vez no modelo online adotado - o que prejudica a aprendizagem e mesmo a capacidade de dar atenção às dúvidas de todos.

+Saque da restituição do IR será liberado na quarta (31); Saiba como consultar lote

Reajuste salarial dos professores: o outro lado

Em nota, o Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo (Semesp) disse que pretende manter a negociação salarial. De acordo com a Semesp, as instituições de ensino superior também sofrem com a alta da inflação no Brasil e passam por dificuldade financeira.

“A queda de ingressantes, a impossibilidade de repassar a inflação para as mensalidades e o aumento dos descontos ofertados têm provocado um cenário muito desafiador para as IES”, afirmou o diretor executivo da entidade, Rodrigo Capelato.

Segundo Capelato, o Semesp tem feito o possível para chegar a um ponto em comum que satisfaça e atenda a realidade de ambos os lados. Para os professores, a proposta apresentada pela entidade prevê:

*com informação da Agência Brasil

+++Acompanhe as principais notícias sobre Sociedade no site JC Concursos.

Sociedade Brasil