Número de endividados e inadimplência voltam a subir em agosto; confira

O número de endividados e inadimplência apresentou mais uma alta após a queda nestes indicadores com o pagamento de diversos benefícios sociais

Victor Meira   Publicado em 05/09/2022, às 14h25

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Apesar do avanço da economia, a quantidade de pessoas endividadas com carnês e cartões de lojas de varejo e a inadimplência das famílias cresceu em agosto. O endividamento alcançou 19,4%, com um percentual 0,5 ponto percentual maior do que o mês de julho e 1,2 p.p. em relação a agosto de 2021. 

A inadimplência registrou a marca de 29,6% do total de famílias no país, sendo o maior número desde o início da série histórica em 2010.

Os resultados foram publicados, nesta segunda-feira (05), pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) com base nos dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic). 

O estudo revela que o aumento do indicador pode ser explicado pelo crescimento na procura por crédito pelas famílias de menor renda. os últimos quatro meses, o endividamento nos carnês para esta parcela da população cresceu 1,8 p.p. e chegou a 19,8%.

A alta da contratação de dívidas foi mais expressiva para as famílias com rendimentos de até 10 salários mínimos  (1,1 p.p), do que entre as famílias de maior renda (0,9 p.p.).

A economista da CNC, Izis Ferreira, declarou, em nota para a imprensa, que a melhora no mercado de trabalho e as políticas de transferência de renda mais robustas têm favorecido os rendimentos das famílias com as rendas mais baixas, embora elas ainda enfrentam dificuldades.

“A inflação em nível ainda elevado desafia o poder de compra desses consumidores. O crédito tem sido uma forma importante para eles sustentarem o consumo”, destaca.

Crescimento da inadimplência

Pelo segundo mês seguido, cresceu o volume de consumidores que atrasaram o pagamento de contas de consumo ou de dívidas. Agora ela está em 29,6% do total de famílias no país. 

Vale lembrar que entre os meses de abril e junho, houve o reflexo das medidas de injeção de renda extra, como os saques do FGTS e a antecipação do 13º salário de aposentados e pensionistas do INSS.

“A alta do volume de famílias com contas atrasadas deu-se nas duas faixas de renda pesquisadas, mas foi maior entre as famílias de menor renda. Isso mostra os desafios que esses consumidores seguem enfrentando na gestão mensal de seus orçamentos”, disse a economista.

*com informações da CNC e Agência Brasil

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