Não coma macarrão contaminado DESTA empresa; Anvisa proibiu a venda

A Anvisa emitiu alerta para macarrão contaminado com a mesma substância tóxica que provocou a morte de, pelo menos, 40 cachorros. Veja qual é a marca e os produtos que não devem ser consumidos

Mylena Lira   Publicado em 23/09/2022, às 18h56 - Atualizado em 26/09/2022, às 14h53

Divulgação

Depois da contaminação de petiscos para cachorros, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu alerta para macarrão contaminado da marca Keishi, fabricado pela BBBR Indústria e Comércio de Macarrão. Caso você tenha massas dessa empresa, não coma.

Os produtos fabricados entre 25 de julho e 24 de agosto de 2022 podem conter a mesma substância tóxica (o propilenoglicol) que foi responsável pela morte de, pelo menos, 40 cachorros em diversos estados, conforme o JC Concursos já divulgou (saiba mais aqui).

A Keishi é responsável pela produção e comércio de diversos itens alimentícios de estilo oriental, como massa de udon, yakissoba, lámen, além de salgados congelados, entre eles gyoza - que se assemelha a um pastelzinho.

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Uso de propilenoglicol é permitido

O propilenoglicol é um aditivo permitido tanto para alimentação animal quanto para alimentação humana. Porém, a matéria prima, fornecida pela empresa Tecno Clean Industrial Ltda, estaria contaminada por etilenoglicol.

O etilenoglicol não pode estar entre os ingredientes de nenhum tipo de alimento. Isso porque é um solvente orgânico altamente tóxico que causa insuficiência renal e hepática quando ingerido, podendo levar à morte.

O propilenoglicol é uma substância química classificada como um álcool diol, sendo apresentada em forma de líquido incolor, sem cheiro, com corpo viscoso e sabor amargo. Além de estar presente na produção de alguns alimentos, serve para fabricar resina de poliéster, é usado em produtos antocongelantes para motores e na indústria dermatológica.

Segundo a Anvisa, o composto tem autorização para uso em 21 categorias de alimentos para consumo humano, com quatro funções:

  1. umectante: protege contra a perda de umidade ou facilita a dissolução de uma substância seca em meio aquoso;
  2. agente carreador: dissolve, dilui, dispersa ou modifica fisicamente outros aditivos ou nutrientes do alimento sem alterar sua função;
  3. estabilizante: estabiliza, mantém ou intensifica a cor de um alimento; e
  4. glaceante: dá brilho aos alimentos.

Entre os alimentos que podem ter o propilenoglicol na sua produção estão: suplementos alimentares líquidos e sólidos; cobertura de empanamento para pescado; aperitivos à base de batatas, cereais, farinha ou amido; frutas in natura; mistura para o preparo de bolos, doces e massas de confeitaria; biscoitos com ou sem recheio; e balas de goma.

Contudo, segundo a agência, há limite para o seu uso, especificado em legislação, e não é permitido na categoria de massas alimentícias. O que muitas indústrias fazem é utilizar o propilenoglicol nos processos de refrigeração, em que não há contato direto com o alimento e, portanto, nenhum risco de contaminação.

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Macarrão contaminado deve ser devolvido

Fiscais da agência sanitária descobriram a nova contaminação após inspeção feita em São Paulo. Diante disso, a Anvisa proibiu ontem (22) a comercialização, distribuição e o uso das massas da marca Keishi.

Empresas que tenham proutos da Keishi não devem comercializá-los. Da mesma forma, quem comprou algum dos itens também não devem consumir as massas. Em ambos os casos, deve-se entrar em contato com a Keishi para devolução dos alimentos.

A Keishi não se manifestou sobre a medida tomada pela Anvisa. Ao acessar o seu site, o usuário se depara com a seguinte mensagem: "Algumas melhorias estão sendo implementadas. Volte em alguns instantes. Obrigado". Porém, a página está fora do ar assim desde ontem.

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