Inflação de maio sobe para 0,46%: Alimentação em alta impacta cesta básica

Segundo dados do IPCA divulgados pelo IBGE nesta terça-feira (11) o mês de maio registrou alta de 0,46% na inflação puxada pelo preço dos alimentos

Jean Albuquerque   Publicado em 11/06/2024, às 17h41

Canva

A inflação oficial do país acelerou para 0,46% em maio, após ter registrado 0,38% em abril, conforme dados divulgados nesta terça-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O principal fator que impulsionou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi o aumento nos preços dos alimentos.

No acumulado do ano, a inflação atinge 2,27% e, nos últimos 12 meses, chega a 3,93%, dentro da meta estabelecida pelo governo, que é de 3% com uma tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

📲 Junte-se ao canal de notícias do JC Concursos no WhatsApp

O segmento de alimentos e bebidas registrou um aumento de 0,62% em maio, contribuindo com 0,13 ponto percentual para o IPCA. Entre os alimentos, tubérculos, raízes e legumes tiveram destaque, com alta de 6,33% no mês. A batata-inglesa foi o item que mais impactou individualmente, com um aumento expressivo de 20,61%.

André Almeida, gerente da pesquisa, atribui a elevação no preço da batata à transição das safras. “Em maio, a safra das águas estava no fim e a das secas começou de forma lenta, reduzindo a oferta da batata. Além disso, a produção foi afetada pelas fortes chuvas no Rio Grande do Sul, uma das principais regiões produtoras”, explicou à Agência Brasil. 

+ Inscrições para provas de habilidades clínicas do Revalida terminam hoje

Outros alimentos que registraram altas significativas foram a cebola (7,94%), o leite longa vida (5,36%) e o café (3,42%). Almeida apontou que a entressafra do leite e a redução nas importações contribuíram para sua alta, enquanto os preços internacionais do café também influenciaram o aumento observado.

Apesar do aumento geral nos alimentos, a alimentação no domicílio desacelerou de 0,81% em abril para 0,66% em maio, devido à queda nos preços de alguns itens como frutas. “A banana, especialmente, teve uma oferta maior, o que ajudou a reduzir os preços”, detalhou Almeida.

A alimentação fora de casa, por outro lado, acelerou para 0,50%, em comparação aos 0,39% de abril.

Além dos alimentos, o grupo de habitação também teve um impacto significativo no IPCA, com alta de 0,67%, impulsionada pelo aumento de 0,94% na energia elétrica residencial. As passagens aéreas, no grupo de transportes, subiram 5,91%, após quatro meses consecutivos de queda.

O Rio Grande do Sul, especialmente a região metropolitana de Porto Alegre, teve um papel importante na inflação de maio, com um índice de 0,87%. A calamidade climática que afetou o estado causou uma redução na coleta presencial de preços, que foi compensada pela técnica de imputação de dados do IBGE, mantendo a integridade dos resultados.

Em termos de 12 meses, o IPCA acumulado de 3,93% representa uma mudança na tendência de queda da inflação observada desde outubro de 2023. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que reflete o consumo de famílias com rendimentos entre um e cinco salários-mínimos, também acelerou para 0,46% em maio, acumulando 2,42% no ano e 3,34% em 12 meses.

+ Acompanhe as principais informações sobre Sociedade e Brasil no JC Concursos

IPCA Inflação IBGE
Sociedade Brasil