O Brasil tem sido palco de eventos climáticos extremos que têm impactado diferentes regiões do país, provocados pelo El Niño. Saiba o que é esse fenômeno e o impacto na previsão do tempo
Mylena Lira Publicado em 02/10/2023, às 17h16
Nas últimas semanas, o Brasil tem sido palco de eventos climáticos extremos que têm impactado a previsão do tempo em diferentes regiões do país. Temperaturas recordes acima de 40ºC, temporais e inundações no Sul, e uma seca severa no Norte estão entre os desafios enfrentados pelos brasileiros. Esses fenômenos, aparentemente desconexos, podem ser explicados pelo El Niño, um fenômeno climático que afeta todo o continente sul-americano.
O El Niño é um fenômeno climático que ocorre quando as águas do Oceano Pacífico, próximas à Linha do Equador, aquecem acima do normal por pelo menos seis meses. Esse aquecimento altera significativamente a formação de chuvas, a circulação dos ventos e as temperaturas em diversas partes do mundo, incluindo o Brasil. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) é uma das principais fontes de informações sobre o impacto do El Niño em nosso país.
Um dos efeitos mais evidentes do El Niño é o aumento das chuvas no Sul do Brasil. Isso ocorre devido a uma mudança na circulação de ventos que impede o avanço de frentes frias pelo território nacional. Como resultado, as frentes frias ficam estacionadas na Região Sul, causando chuvas intensas e frequentes.
De acordo com um boletim recente do Inmet, as chuvas no Rio Grande do Sul atingiram cerca de 450 milímetros durante os primeiros 19 dias de setembro, muito acima da média histórica para o estado. A previsão é de que essa tendência de chuvas acima do normal persista ao longo dos meses de outubro, novembro e dezembro na região.
Essas chuvas intensas têm causado impactos significativos, como o aumento do nível do Lago Guaíba, em Porto Alegre, que transbordou e alagou áreas urbanas, levando a prefeitura a adotar medidas de contenção. Dezenas de pessoas morreram por conta de enchentes e outros desastres provocados pelas fortes chuvas.
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Enquanto o Sul enfrenta chuvas intensas, o Norte do Brasil sofre com uma seca severa. No Amazonas, o Rio Negro atingiu níveis historicamente baixos, levando a capital Manaus a decretar situação de emergência. Dezessete municípios amazonenses estão em alerta devido à estiagem prolongada.
A seca no Norte está diretamente relacionada ao El Niño, que, durante o fenômeno, provoca chuvas intensas no meio do Oceano Pacífico. O ar quente e seco resultante dessas chuvas desce sobre o norte da América do Sul, dificultando a formação de nuvens carregadas e a ocorrência de chuvas na região.
Segundo o Inmet, a previsão climática para os próximos meses indica maior probabilidade de chuvas abaixo da média nas regiões leste, centro e norte do Brasil, agravando a situação da seca.
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As previsões indicam que o El Niño deve continuar afetando o Brasil até pelo menos o final de 2023. Esse fenômeno, que não era esperado para ser muito intenso nem prolongado, surpreendeu os especialistas após um período prolongado de La Niña, que resfriou as águas do Pacífico e teve efeitos climáticos opostos.
Confira abaixo os efeitos previstos para cada região do país, segundo o Inmet:
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