Cursos de licenciatura 100% EaD podem chegar ao fim no país; Entenda

MEC avalia possibilidade de proibir que cursos de licenciatura tenham 100% da carga horária na modalidade de ensino a distância; Saiba detalhes

Jean Albuquerque   Publicado em 05/12/2023, às 21h35

Agência Brasil

O Ministério da Educação (MEC) avalia a possibilidade de proibir que cursos de licenciatura tenham 100% da carga horária na modalidade de ensino à distância (EaD). A medida, ainda em discussão, é motivada pela preocupação com a qualidade da formação dos professores brasileiros.

Em novembro de 2023, o MEC suspendeu por 90 dias as autorizações para novos cursos de licenciatura 100% EaD. A medida foi tomada após uma análise da qualidade dos cursos oferecidos nesta modalidade.

O ministro da Educação, Camilo Santana, afirmou que a ideia do governo é não permitir mais cursos sempre EaD. "Vamos definir se vão ser 50%, 30% [da carga horária]", disse.

A preocupação com a formação dos professores brasileiros foi manifestada pelo ministro em entrevista coletiva à imprensa, logo após a apresentação dos resultados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) 2022.

O levantamento, realizado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), mostrou que menos de 50% dos alunos brasileiros sabem o básico em matemática e ciências.

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Avaliação do desempenho educacional

Os resultados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) 2022, divulgados nesta terça-feira (5), mostram que o Brasil manteve a estabilidade em seu desempenho em matemática, leitura e ciências, mas ainda está abaixo da média da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Na matemática, o Brasil ficou em 63º lugar, com nota média de 465, abaixo da média da OCDE, que é de 500 pontos. Em leitura, o Brasil ficou em 57º lugar, com nota média de 445, também abaixo da média da OCDE, que é de 490 pontos. Em ciências, o Brasil ficou em 58º lugar, com nota média de 455, também abaixo da média da OCDE, que é de 505 pontos.

Apesar da estabilidade, os resultados do Pisa mostram que o Brasil ainda tem um longo caminho a percorrer para melhorar a qualidade da educação. O país é um dos poucos que não registraram queda no desempenho durante a pandemia de covid-19, mas continua muito abaixo da média da OCDE.

O ministro da Educação, Camilo Santana, destacou a importância do Pisa para o Brasil. "Temos uma ferramenta importante no Pisa como orientação para decisões políticas do governo brasileiro", disse.

"Na federação, o papel da execução da educação básica é dos estados e dos municípios. Portanto, o papel do MEC é de coordenar esse processo, ser o grande maestro dessa política educacional brasileira para garantirmos a qualidade da educação das crianças e jovens brasileiros", completa. 

O secretário-geral da OCDE, Mathias Cormann, também elogiou os resultados do Brasil. "Percebemos uma queda sem precedentes por causa dos efeitos da covid [19], equivalente a quase metade de um ano de aprendizado", disse.

"O Brasil, porém, foi uma das poucas exceções em que a performance não piorou. De fato, permanece estável, desde 2009, sim. Mas a estabilidade foi impressionante, especialmente, considerando que as escolas foram fechadas durante a pandemia, por um longo prazo", acrescentou à Agência Brasil. 

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