Cuidado: Resgate da Prosperidade é GOLPE; Saiba como funciona e não perca dinheiro

A criatividade e a disposição de criminosos em elaborar formas para aplicar golpes não têm limites. Resgate da Prosperidade usa inteligência artificial e já fez vítimas

Mylena Lira   Publicado em 23/11/2023, às 22h34

Divulgação

A criatividade e a disposição de criminosos em elaborar formas para aplicar golpes não têm limites. Agora, usam a inteligência artificia para "conversar" automaticamente com a vítima, o que amplia as chances de lesar alguém. Caso receba link que leva à mensagem sobre o Resgate da Prosperidade, saiba que é golpe e não passe seus dados pessoais.

A fraude acontece por meio do link bot.licencaapp.fun/gv?, que direciona a uma falsa conversa de WhatsApp ao ser clicado. No entanto, é apenas uma página na internet que simula a tela do aplicativo, fingindo ser do governo federal.

Imediatamente, começa um diálogo por meio de um chatboot mascarado. A "pessoa" se identificada como Amanda e diz ser atendente virtual do Gov.br, que é o site utilizado para acesso aos serviços do governo federal. Porém, isso não é verdade. 

O Ministério de Gestão e Inovação não faz atendimento via aplicativo de mensagem nem por outro site que não seja o www.gov.br. Além disso, não usa chatboot. O atendimento ao vivo é feito apenas na página gov.br/chat.

Resgate da Prosperidade não existe

O golpe consiste em informar ao cidadão que o governo teria dado início a um plano de retirada de valores retidos batizado de Resgate da Prosperidade pelo presidente, sem citar o nome do chefe da nação. Para dar um ar de segurança, a atendente virtual pede que informe o CPF e pergunta se deseja prosseguir com a consulta. Ao apertar o botão SIM, uma nova mensagem orienta a digitar o CPF para acessar ou criar a conta gov.br.

Na sequência, vai pedir para confirmar os seus dados e perguntar se quer consultar o saldo disponível no CPF. Ao receber a confirmação, o chatboot pede para aguardar enquanto verifica se há algum valor disponível para saque imediato no CPF informado.

Logo depois, uma nova mensagem indica que há sim dinheiro retido a ser sacado, questiona se deseja efetuar o saque e é aí que vem o prejuízo. Para sacar, diz que é preciso pagar uma taxa via Pix para liberar o resgate da grana imediatamente. Porém, obviamente, após receber o Pix da vítima, o criminoso virtual some.

L.C.P, de 59 anos, mora na Bahia e soube do suposto programa por um amigo. Teria mais de R$ 4 mil para sacar, segundo a atendente virtual do suposto Gov.br. A esposa também informou seu CPF e tinha saldo para resgatar, assim como outros conhecidos para quem divulgaram o Resgate da Prosperidade. Foi sua filha quem desconfiou e, ao acessar o link, logo percebeu que se tratava de crime de estelionato. 

Veja a seguir como começa o golpe:

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Reclame Aqui já tem registros

L.C.P não teve prejuízo, pois foi alertado a tempo por sua filha. Porém, já caíram no na fraude. Uma busca rápida com o termo Resgate da Prosperidade no site Reclame Aqui permite localizar dois registros recentes desse golpe, feitos no Espírito Santo e no Amazonas, nos dias 21 e 22 de novembro. 

"Apareceu pra mim um site do gov.br com um programa com o nome resgate da prosperidade, onde a pessoa pode fazer o saque de valores retidos no seu CPF, eu fiz todo o cadastro e no final eles pedem para pagar uma taxa, eu paguei essa taxa e até agora não obtive o retorno, então eu gostaria do estorno desde valor, os quais mandei o comprovante do pagamento efetuado em anexo", afirma um dos reclamantes.

O outro diz: "Me prometeu um total de 3.778,97 reais e pra liberar eu teria que pagar a taxa 47.87 reais via pix pra liberar e eu fiz o pagamento dia 18/11/23 e até hoje não caiu na minha conta".

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Valores a Receber: consulta só pelo site oficial

Nesta quinta-feira (23), o Banco Central (BC) emitiu um alerta para quem busca informações sobre dinheiro esquecido no sistema financeiro. O órgão, sediado em Brasília, destacou a importância de consultar eventuais valores a receber exclusivamente na página oficial para evitar cair em golpes. Segundo a autoridade monetária:

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