Metade dos profissionais busca novo emprego em 2024, aponta pesquisa

Pesquisa da Robert Half revela as principais motivações e desafios dos trabalhadores que pretendem ter um novo emprego ou de empresa em 2024

Victor Meira   Publicado em 15/01/2024, às 09h56

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O ano de 2024 promete ser de muitas mudanças no mercado de trabalho. Segundo a última edição do Índice de Confiança Robert Half (ICRH), 50% dos trabalhadores qualificados pretendem procurar um novo emprego neste ano. A pesquisa, realizada com 1.161 profissionais de diferentes áreas e segmentos, mostra as principais razões e expectativas dos profissionais que buscam novas oportunidades de carreira.

A queda nas taxas de desemprego, especialmente entre os profissionais com 25 anos ou mais e ensino superior completo, é um dos fatores que contribuem para esse cenário. De acordo com dados da Pnad, o índice de desemprego qualificado foi de 3,3% no terceiro trimestre de 2023, o menor desde 2015. Isso significa que os trabalhadores estão mais confiantes e protagonistas em suas relações profissionais.

Nos últimos anos, testemunhamos uma completa mudança de prioridades e esse desejo por movimentação profissional é reflexo disso. A confiança dos profissionais reflete as condições do mercado”, analisa Fernando Mantovani, diretor-geral da Robert Half América do Sul.

O que incentiva a procura por novos ares

O mundo está passando por um movimento de profissionais em busca de oportunidades mais alinhadas aos seus perfis e momentos de vida. Para esclarecer o propósito da intenção de mudança, 64% dos entrevistados expressaram o desejo de trocar de empresa, mas permanecer na área de trabalho atual, enquanto 36% gostariam de explorar um novo campo, setor ou profissão.

Os principais motivos para a busca por mudança variam de acordo com o tipo de movimentação desejada. Para aqueles que querem mudar de empresa, os fatores mais citados foram: melhores oportunidades de crescimento (69%), salário mais alto (67%) e novos desafios (66%). Já para os que querem mudar de área de atuação, segmento ou profissão, os motivos mais apontados foram: realização pessoal (71%), salário mais alto (69%) e aprender algo novo (68%).

Além disso, a pesquisa revela que os profissionais estão cada vez mais valorizando aspectos relacionados à qualidade de vida, como trabalho remoto ou híbrido (65%), mais flexibilidade (64%) e benefícios mais atrativos (63%).

Como as empresas podem se adaptar

Diante desse cenário, as empresas precisam se adaptar para se manter atrativas e competitivas no mercado de trabalho. Segundo Mantovani, o desafio é diário, e as empresas devem investir em políticas claras de trabalho, na transparência das lideranças, além de bons pacotes de benefícios e remuneração, condizentes com as médias praticadas pelo mercado, que podem ser consultadas no Guia Salarial 2024 da Robert Half.

Outro ponto de atenção é o fenômeno do “job hopping”, que vem ganhando destaque fora do Brasil e representa essa movimentação profissional constante, que, historicamente, aciona um sinal de alerta para as empresas. Esses profissionais foram apelidados de “job hoppers” e estão em alta em vários países.

A pesquisa mostra que os recrutadores ainda têm receio em contratar candidatos com histórico de “job hopping”. Para 55% deles, isso indica falta de estabilidade, e para 46%, dificuldade de adaptação. No entanto, 69% afirmam que depende do contexto e das razões para as mudanças.

Desempregados estão mais confiantes na recolocação

Ao analisar outro recorte, é possível observar que o sentimento de otimismo está mais presente entre os profissionais desempregados. Segundo o levantamento, 36% deles estão confiantes em conquistar a recolocação nos próximos seis meses, um acréscimo positivo de 3 pontos percentuais na comparação com o último ICRH.

A 26ª edição do ICRH é resultado de uma sondagem conduzida pela Robert Half com base na percepção de 1.161 profissionais, igualmente divididos em três categorias: recrutadores (profissionais responsáveis por recrutamento nas empresas ou que têm participação no preenchimento das vagas); profissionais qualificados empregados; e profissionais qualificados desempregados (com 25 anos ou mais e formação superior).

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