Como lidar com o estresse e a saúde mental no trabalho

O estresse e a saúde mental afetam negativamente o trabalho de 67% dos brasileiros e 65% dos trabalhadores globais, segundo o relatório People at Work 2023

Victor Meira   Publicado em 22/01/2024, às 20h44

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O trabalho é uma das principais fontes de estresse e ansiedade para muitas pessoas. Segundo o relatório People at Work 2023: A Global Workforce View, do ADP Research Institute, 67% dos trabalhadores, no Brasil, dizem que seu trabalho é influenciado pelo estresse e 31% pela saúde mental. Na média global, 65% das pessoas afirmam que seu trabalho é afetado negativamente principalmente pelo estresse, enquanto 47% pela saúde mental.

Esses números mostram que o estresse e a saúde mental continuam sendo questões muito persistentes no ambiente de trabalho, que podem prejudicar o desempenho, a satisfação e a qualidade de vida dos colaboradores. Além disso, podem aumentar os riscos de doenças físicas, como hipertensão, diabetes e problemas cardíacos.

Mas o que as empresas podem fazer para ajudar seus funcionários a lidar com esses desafios? O relatório aponta algumas iniciativas que podem fazer a diferença na promoção do bem-estar no trabalho.

Apoio dos gestores

Um dos fatores que pode influenciar a saúde mental dos trabalhadores é o apoio que eles recebem de seus gestores. O relatório revela que a quantidade de trabalhadores no mundo que se sentem apoiados por seus gestores em relação à saúde mental caiu de 70% em 2022 para 64% neste ano. Ainda, 57% acreditam que seus superiores não estão preparados para falar sobre questões de saúde mental sem julgamento.

Isso significa que os gestores precisam ser mais sensíveis e empáticos com seus liderados, oferecendo um espaço seguro e acolhedor para que eles possam expressar suas dificuldades e buscar ajuda. Além disso, os gestores devem ser treinados para reconhecer os sinais de estresse e ansiedade nos colaboradores e encaminhá-los para os recursos adequados, como serviços de aconselhamento ou assistência psicológica.

“Com a solidão do isolamento durante a pandemia, muitos trabalhadores sentiram estresse em casa. Com isso, a saúde mental foi afetada e muitos ainda estão lidando com os reflexos desse período. Por isso, é extremamente necessário que as companhias promovam uma cultura de trabalho acolhedor, além de educar e treinar gestores para lidar com essas situações. Quando as pessoas se sentem seguras e apoiadas, a produtividade melhora, já que os afastamentos por problemas de saúde psicológica são menos frequentes e há melhor gerenciamento de tempo no trabalho”, ressalta Claudio Maggieri, general manager para a América Latina na ADP.

Flexibilidade e autocuidado

Outro aspecto que pode contribuir para o bem-estar no trabalho é a flexibilidade que as empresas oferecem aos seus colaboradores. O relatório mostra que os trabalhadores também relatam que as empresas estão menos flexíveis do que no ano passado com relação à política de bem-estar, aos serviços de aconselhamento especiais ou às pausas para o autocuidado.

No entanto, essas medidas podem ser muito benéficas para reduzir o estresse e melhorar a saúde mental dos funcionários. Por exemplo, permitir que os colaboradores tenham horários flexíveis, trabalhem remotamente ou façam pausas regulares durante o dia pode ajudar a equilibrar as demandas profissionais e pessoais, além de prevenir o esgotamento e a fadiga.

As empresas também podem incentivar os colaboradores a praticarem atividades de autocuidado, como exercícios físicos, meditação, hobbies ou terapia. Essas práticas podem ajudar a aliviar a tensão, aumentar a autoestima, melhorar o humor e fortalecer a resiliência.

Cultura inclusiva

Por fim, o relatório destaca que as empresas continuam progredindo no desenvolvimento de iniciativas de diversidade, equidade e inclusão. Cerca de 20% dos trabalhadores acreditam que promover uma cultura de trabalho inclusiva é parte fundamental do apoio de seus empregadores à saúde mental positiva no trabalho.

Uma cultura inclusiva é aquela que valoriza e respeita as diferenças entre as pessoas, seja de gênero, raça, etnia, orientação sexual, idade, religião, deficiência ou qualquer outra característica. Uma cultura inclusiva também é aquela que combate o preconceito, a discriminação, o assédio e a violência no ambiente de trabalho.

Uma cultura inclusiva pode favorecer a saúde mental dos colaboradores, pois cria um clima de confiança, pertencimento e colaboração, onde todos se sentem acolhidos, reconhecidos e valorizados. Além disso, uma cultura inclusiva pode estimular a criatividade, a inovação e a diversidade de ideias, contribuindo para o sucesso das organizações.

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