Rombo na Caixa Econômica pode comprometer o Bolsa Família? Entenda

O rombo na Caixa Econômica Federal, provocado pelo ex-presidente Bolsonaro, vai impactar no pagamento do Bolsa Família? Saiba mais

Mylena Lira   Publicado em 29/05/2023, às 18h57

Divulgação

Após o rombo na Caixa Econômica Federal provocado pelo ex-presidente Bolsonaro, conforme revelou reportagem do UOL hoje (29), surge a dúvida se a situação vai comprometer o pagamento do Bolsa Família. Parte do prejuízo financeiro enfrentado pelo banco estatal está relacionado ao antigo Auxílio Brasil, que deu lugar ao novo Bolsa Família.

Segundo o portal UOL, Bolsonaro usou a Caixa para implantar medidas populistas visando ganhar as eleições de 2022: foram criadas duas linhas de crédito, o SIM Digital, que emprestava dinheiro mesmo para quem estava com nome sujo, e o empréstimo consignado do Auxílio Brasil.

Até a eleição, a Caixa liberou R$ 10,6 bilhões para 6,8 milhões de pessoas. Desse total, R$ 3 bilhões foram disponibilizados via SIM Digital, a juros de apenas 1,95%, e a inadimplência chegou a 80% neste ano. Uma parcela do valor que não foi pago por quem contraiu o microcrédito será coberto com recursos do FGTS.

O restante, que corresponde a R$ 7,6 bilhões, foram entregues às famílias que recebiam o Auxílio Brasil e pediram empréstimo a ser descontado da parcela do benefício. Porém, mais de 100 mil devedores foram excluídos do programa neste ano, que voltou a se chamar Bolsa Família. Portanto, o pagamento da dívida é incerto.

Conforme apurou o UOL, esse cenário custou o gasto de reservas da Caixa e, no último trimestre de 2022, o indicador de risco do banco (o índice de liquidez de curto prazo) alcançou o menor nível da história.

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Governistas cobram punição

Alguns políticos se manifestaram sobre o rombo na Caixa e cobraram punição ao Bolsonaro. Em sua rede social, a presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, ressaltou que Bolsonaro usou a máquina pública para tentar ganhar a eleição e por muito menos a Dilma arcou com um impeachment:

Que Bolsonaro usou a máquina pública a torto e a direito pra tentar ganhar a eleição, a gente já sabe. E deixou calote bilionário na Caixa com linhas de crédito e consignado do Auxílio Brasil e ainda queimou reservas do banco. Os responsáveis são Pedro Guimarães e Bolsonaro. Quem…

— Gleisi Hoffmann (@gleisi) May 29, 2023

O deputado federal do Rio, Lindbergh Farias (PT), ressaltou que o eleitor é quem vai pagar a conta deixada por Bolsonaro:

Bolsonaro quase quebrou a Caixa Econômica para se reeleger.
Deixou um rombo BILIONÁRIO jamais visto.
Distribuiu empréstimos para negativados, sem garantias. Hoje, a inadimplência beira 80%.

O “pacote de bondades” era compra de votos.

Sabe para quem ele deixou essa conta? VOCÊ!

— Lindbergh Farias (@lindberghfarias) May 29, 2023

Luciene Cavalcante (PSOL), deputada federal de São Paulo, já pediu à PGE a inelegibilidade de Bolsonaro por conta dos gastos da Caixa:

Entre uma agenda e outra no interior de SP sobra tempo para demandar investigação de ex-presidente CALOTEIRO que abusou do dinheiro público para tentar se reeleger. Mais um crime pra conta, mais um passo em direção da inelegibilidade... https://t.co/jybwfsXm84

— Luciene Cavalcante (@_lucavalcante) May 29, 2023

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Bolsa Família não deve ser afetado

O rombo na Caixa não deve afetar o pagamento do Bolsa Família, que tem orçamento próprio já aprovado. A Emenda Constitucional 126 autorizou o governo federal a aumentar em R$ 145 bilhões o teto de gastos no Orçamento de 2023 para bancar despesas como o Bolsa Família, o Auxílio Gás, a Farmácia Popular e outras políticas públicas.

Além disso, em 11 de maio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei 14.578/23, que destina uma quantia expressiva de R$ 71,44 bilhões para fortalecer o programa, destinado às famílias em situação de vulnerabilidade econômica e social. Confira abaixo os novos requisitos para embolsar a ajuda financeira mensalmente:

Além disso, continua sendo necessário ter registro no Cadastro Único e mantê-lo atualizado. O CadÚnico é uma ferramenta importante para que as famílias de baixa renda possam ter acesso a diversos programas sociais do governo, como o Bolsa Família, o Minha Casa Minha Vida e o Tarifa Social de Energia Elétrica.

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