Apesar de enfraquecer a inflação, aumentar os juros na economia pode gerar alguns efeitos problemáticos
Victor Meira Publicado em 22/09/2022, às 17h32
Desde março de 2020, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC ou Bacen) promoveu aumentos seguidos na Selic, a taxa básica de juros da economia, com exceção da reunião da última quarta-feira (21).
Durante a pandemia de covid-19, o BC decidiu reduzir os juros, para os menores patamares da história, para estimular o consumo no auge das medidas de distanciamento social.
Por causa dos juros baixos e da demanda reprimida, a inflação anualizada, que estava na casa dos 4%, iniciou um movimento de forte alta. Em um pouco mais de um ano, ela saltou de 4,55%, em janeiro de 2021, para 12,13%, em abril de 2022, que se intensificou após a Guerra na Ucrânia.
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Diante disso, o Bacen adotou a estratégia de aumentar os juros para controlar a forte alta de juros. Assim, a Selic passou de 2% ao ano, em março de 2020, para os atuais 13,75%.
Apesar de ser considerada uma ferramenta para reduzir a inflação, a alta nos juros pode gerar consequências problemáticas para a economia. Uma Selic nas alturas encarece pedir dinheiro emprestado para as instituições financeiras.
Ainda que você não faça um empréstimo, ele irá te afetar de outras formas, como a obtenção de financiamentos e os juros aplicados no cartão de crédito.
O juro alto promove o famoso crédito caro. O Banco Central adota essa estratégia para desestimular o consumo para reduzir os preços dos produtos. Com isso, a inflação tende a recuar.
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Isso não afeta somente o consumidor final, mas também as empresas, principalmente aquelas vinculadas à construção civil, automóveis e outros bens com valores mais caros.
Com menos dinheiro circulando, as empresas tendem a produzir menos. Logo, há menos produtos disponíveis no mercado e há uma tendência de baixo crescimento econômico.
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