Presidente do BC defende juros alto e diz que decisão em ano eleitoral reduziu a inflação

Roberto Campos Neto participou de sabatina no Senado Federal para explicar a manutenção da taxa Selic em 13,75%, a taxa de juros mais alta nos últimos sete anos

Victor Meira   Publicado em 25/04/2023, às 15h40

Agência Brasil

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, em Brasília, nesta terça-feira (25), que o recente movimento de alta de juros implementado pelo BC foi realizado durante o período eleitoral. Com isso, foi demonstrado a prevalência de critérios técnicos em relação a políticos nas decisões da autoridade monetária brasileira.

Campos Neto ressaltou que essa medida foi histórica, tanto no Brasil quanto no mundo, uma vez que é incomum que um país eleve significativamente sua taxa de juros durante uma campanha eleitoral. Ele explicou que o BC tomou essa decisão devido às expectativas de aumento da inflação, e que se a medida não tivesse sido adotada, a inflação poderia ter atingido 10% em vez dos 5,8% registrados.

+Dia do Trabalho é feriado nacional? Saiba como surgiu a data comemorativa

O presidente do BC também destacou a importância da autonomia do Banco Central, afirmando que a instituição atua de forma autônoma e toma ações preventivas para controlar a inflação o mais cedo possível, visando minimizar os custos sociais. Ele ressaltou que o Brasil foi um dos primeiros países a elevar suas taxas de juros, e que as medidas têm sido aplicadas de forma suave para evitar grandes choques no curto prazo.

Campos Neto ainda apresentou dados sobre o cenário financeiro do Brasil, com a média dos núcleos de inflação em 7,8% e a taxa Selic em 13,75% ao ano. Ele destacou que, mesmo com a taxa de juros mais alta, a inflação está em um patamar menor do que quando os juros estavam em 14,25%, evidenciando a eficácia das medidas adotadas pelo BC.

+Benefícios fiscais para empresas: Senado Federal estabelece novos critérios

O presidente do Banco Central reforçou o compromisso da instituição em suavizar os impactos econômicos e garantir uma inflação controlada em um horizonte relevante, com o mínimo de custo social possível, de acordo com os parâmetros do mandato do BC.

+++Acompanhe as principais informações sobre Sociedade e Brasil no JC Concursos

política Economia BC
Sociedade Brasil