Preços dos alimentos e bebidas puxa queda da inflação em todo Brasil. Veja setores

É a primeira vez do ano que a inflação apresenta uma variação negativa. Com isso, o IPCA chegou no seu menor nível desde o ano de 2017

Victor Meira   Publicado em 11/07/2023, às 11h28

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Mais uma vez os dados da inflação oficial do Brasil, que são medidos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apresentou uma queda geral nos preços. Dessa vez, o índice apresentou uma deflação de -0,08%. É a primeira vez no ano que a inflação fica abaixo de zero.

Esse é também o menor resultado do IPCA para um mês de junho desde 2017, quando o índice foi de -0,23%.  

O resultado, divulgado nesta terça-feira (11) pelo IBGE, mostra o quarto mês seguido em que a inflação perde força. Em maio, o IPCA foi de 0,23%. No ano, o índice soma 2,87% e, nos últimos 12 meses, 3,16%, abaixo dos 3,94% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.

Os setores que tradicionalmente mais contribuem para uma inflação mais alta, alimentação/bebidas e transportes, dessa vez ele teve o efeito contrário e contribuiu para a queda na inflação, ao registrar deflações de 0,66% e 0,41%, respectivamente. 

IPCA: fatores de influência

De acordo com o IBGE, alimentação e bebidas e transportes integram o grupo com maior influência dentro da cesta de consumo das famílias. Juntos, eles representam 42% do IPCA.  

O grupo alimentação e bebidas foi influenciado, principalmente, pelo recuo nos preços da alimentação em casa (-1,07%). Contribuíram para isso as quedas do óleo de soja (-8,96%), das frutas (-3,38%), do leite longa vida (-2,68%) e das carnes (-2,10%). Já o custo da alimentação fora de casa subiu, porém, com menos força (0,46%) em relação ao mês anterior (0,58%). 

“Nos últimos meses, os preços dos grãos, como a soja, caíram. Isso impactou diretamente o preço do óleo de soja e indiretamente os preços das carnes e do leite, por exemplo. Essas commodities são insumos para a ração animal, e um preço mais baixo contribui para reduzir os custos de produção. No caso do leite, há também uma maior oferta no mercado”, explicou André Almeida, analista da pesquisa, no site do IBGE.

Em transportes, o recuo de preços foi motivado por queda nos preços dos automóveis novos (-2,76%) e dos usados (-0,93%). Esse comportamento tem a ver com a medida do governo federal para baixar o preço dos carros novos.

“O subitem automóvel novo foi o de maior impacto individual no mês, com -0,09 pp. Essa redução nos preços está relacionada ao programa de descontos para compra de veículos novos, lançado em 6 de junho pelo governo federal. Isso pode ter relação também com a queda dos preços dos automóveis usados”, explica o IBGE.

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