Pesquisa Fiocruz revela stress mental dos estudantes e riscos de depressão

Estudo desenvolvido pela Fiocruz contou com participação de seis mil estudantes; levantamento revela stress mental e risco de depressão em estudantes

Jean Albuquerque   Publicado em 28/11/2022, às 09h40

Canva - Stress mental e risco de depressão

Uma pesquisa realizada pelo Programa de Pós-Graduação em Ensino em Biociências e Saúde do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), com participação de pesquisadores do IOC e da Universidade Federal Fluminense (UFF), revela stress mental e risco de depressão entre os estudantes. 

O estudo, que teve participação de quase seis mil participantes, de todas as regiões do país, mostra o grande impacto da pandemia de covid-19 nas atividades acadêmicas e saúde mental dos estudantes de pós-graduação. Dentre os impactos, a pesquisa aponta que 45% dos estudantes foram diagnosticados com ansiedade generalizada e 17% com depressão durante o início da pandemia. 

Além do quadro de depressão e ansiedade, 60% dos estudantes também afirmaram precisar lidar com crises de ansiedade e dificuldade para dormir. 80% dos entrevistados relataram falta de motivação e problemas de concentração. 

A autora do trabalho, Roberta Pires Corrêa, ouvida pela Fiocruz, aponta que esses dados evidenciam a situação grave de estresse que os estudantes enfrentaram na pandemia. Além de pontuar que esses estudantes viveram as incertezas, medo e perdas, e o estresse para a alta produtividade e o cumprimento de prazos da graduação. “Um terço precisou procurar atendimento psicológico e uma pequena parcela, de quase 17%, usou medicamentos ansiolíticos ou antidepressivos sem prescrição”.

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Adaptação à nova realidade de reuniões remotas

Diante da nova realidade imposta no primeiro ano da pandemia de covid-19, os estudantes tiveram que se adaptar à nova realidade de reuniões virtuais com orientadores e aulas remotas. 

O pesquisador do Laboratório de Inovações em Terapias, Ensino e Bioprodutos do IOC/Fiocruz, Paulo Soares Stephens é autor sênior do trabalho. Stephens destaca o comprometimento dos estudantes com a trajetória acadêmica, mesmo em meio às dificuldades. “Eles se mostraram aguerridos e criativos para readequar suas atividades. Porém, foram afetados com altos níveis de problemas de saúde mental”.

Participou do estudo 5.985 alunos, que responderam a um formulário online entre outubro e dezembro de 2020. Do total, 94% estavam matriculados no curso estrito, 51% no mestrado e 43% no doutorado. Cerca de 6% são alunos de um programa especializado conhecido como Lato sensu.

No geral, o perfil dos respondentes espelha o perfil dos pós-graduandos do país. A pesquisa abrangeu todas as regiões e alunos matriculados em cursos de diferentes áreas do conhecimento. Cerca de 50% dos inquiridos eram adultos jovens, com idades compreendidas entre os 18 e os 30 anos; 70%, mulheres; e 30%, homens.

*Com informações da Fiocruz 

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