Herança de bilionários bate recorde e supera riqueza criada com trabalho

Estudo do banco UBS mostra que 137 pessoas entraram para o rol dos bilionários entre abril de 2022 e abril de 2023. 'Efeito Rei Charles'. explica aumento de bilionários mais velhos

Pedro Miranda   Publicado em 30/11/2023, às 16h11 - Atualizado às 23h44

Canva/JC Concursos

Em uma mudança notável, os recém-chegados ao clube dos bilionários estão acumulando mais riqueza por meio de herança do que por atividades profissionais, conforme apontou o mais recente estudo "Ambições de Bilionários" do banco suíço UBS, divulgado nesta quinta-feira (30).

O levantamento revela que, nos últimos 12 meses encerrados em abril, 137 pessoas ascenderam à categoria de bilionários. Desse grupo, 53 ingressaram na lista por meio de heranças, totalizando US$ 150,8 bilhões (R$ 736 bilhões), superando os US$ 140,7 bilhões (R$ 690 bilhões) acumulados pelas atividades profissionais dos outros 84 novos bilionários - uma diferença de 7%.

O UBS sugere que a tendência de acumular riqueza por herança deve persistir e crescer no futuro. O banco estima que, nos próximos 20 a 30 anos, mais de mil bilionários transferirão cerca de US$ 5,2 trilhões (R$ 25,51 trilhões) para seus herdeiros, considerando especialmente o patrimônio dos bilionários com 70 anos ou mais.

Estudo ressalta que muitos desses novos bilionários têm mais de 50 anos

O estudo também destaca um aumento tanto na quantidade de bilionários globalmente quanto na riqueza total do grupo durante o período analisado. O número de bilionários saltou de 2.376 para 2.544, enquanto a riqueza total subiu de US$ 11 trilhões (R$ 54,19 trilhões) para US$ 12 trilhões (R$ 58,87 trilhões).

Em contraste com a noção tradicional de bilionários jovens, o estudo ressalta que muitos desses novos integrantes têm mais de 50 anos. Michael Viana, chefe de cobertura estratégica de clientes do UBS, destaca o "Efeito Rei Charles III", sugerindo que esses novos bilionários assumem frequentemente a riqueza em uma idade mais avançada.

O exemplo de Clemente de Vecchio, herdeiro de uma fortuna de US$ 9 bilhões (R$ 44,15 bilhões) aos 19 anos após a morte de seu pai, Leonardo Del Vecchio, fundador da Luxottica, em junho de 2022, ilustra essa tendência.

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