Guerra na Ucrânia: Conflito pode aumentar preços dos alimentos e combustíveis no Brasil

Desde o início da Guerra na Ucrânia, o preço do trigo já sofreu um aumento superior a 20% e deve crescer ainda mais

Victor Meira - victor@jcconcursos.com.br   Publicado em 02/03/2022, às 09h00

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Apesar da Guerra da Ucrânia, com a invasão russa, ser no leste europeu, ela pode impactar a vida do brasileiro médio com o aumento no preço dos alimentos e combustíveis

Um dos motivos da visita do presidente Jair Bolsonaro (PL) para a Rússia, no final de fevereiro, foi para tratar sobre a questão dos fertilizantes, cuja exportação estava sendo controlada pelo governo russo por causa da escassez de matéria-prima, e a alta no trigo, milho e petróleo. 

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Ainda que o principal parceiro para a importação de trigo seja a Argentina, o Brasil compra uma grande quantidade do cereal da Rússia e Ucrânia. Dessa forma, o conflito entre os dois países deve prejudicar ainda mais o comércio brasileiro e impactar nos preços dos produtos relacionados com a commodity, como pães, bolos e seus derivados. 

De acordo com a Agroconsult, desde o início da invasão russa, o trigo já sofreu um reajuste de 20% no preço e a tendência é que ele suba ainda mais. 

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O milho também deve ser impactado com a guerra. A Ucrânia é responsável por cerca de 16% de toda a produção do cereal. Ele é, principalmente, utilizado para alimentação de animais de abate, seja com o próprio grão ou a fabricação de rações. Logo, o preço das carnes no mercado internacional pode ser corrigido para cima.

Os fertilizantes devem ser o principal responsável pelo aumento de preços dos alimentos no Brasil. Este produto tem um peso importante no comércio entre russos e brasileiros, sendo que ele tem uma participação de 25% na balança entre os dois países. 

Embora os fertilizantes estejam fora da lista de sanções contra a Rússia aplicada pelos EUA, o governo russo pode dificultar ainda mais a venda dos fertilizantes para os países ocidentais. Com isso, o preço dos fertilizantes pode sofrer um forte reajuste.

Algumas fontes ligadas ao governo Bolsonaro argumentam que a postura de neutralidade na guerra do presidente seria para manter as relações comerciais agrícolas com os russos. 

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Assim como os combustíveis, o petróleo será um dos grandes vilões do bolso do brasileiro como consequência do conflito no Leste da Europa. De acordo com a Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), depois do ataque, a defasagem nos preços praticados pela Petrobras atingiu atualmente 16%, para a gasolina, e 14%, para o diesel. Inclusive, o barril já ultrapassou a casa dos US$ 100. 

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