Estudo revela deficiências em educação financeira entre adolescentes brasileiros

Resultados divulgados pela OCDE colocam o Brasil na 18ª posição entre os 20 países avaliados, ao lado de Peru, Costa Rica e Arábia Saudita. Dados revelam uma discrepância significativa

Pedro Miranda   Publicado em 27/06/2024, às 14h06

Agência Brasil

Um levantamento recente realizado pelo Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) aponta que mais de 45% dos adolescentes brasileiros de 15 anos apresentam um conhecimento em educação financeira abaixo do adequado.

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Os resultados, divulgados nesta quinta-feira (27) pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), colocam o Brasil na 18ª posição entre os 20 países avaliados, ao lado de Peru, Costa Rica e Arábia Saudita.

Os dados revelam uma discrepância significativa em relação à média dos países membros da OCDE, onde apenas 17,9% dos estudantes não alcançam o desempenho esperado. Nesses países, os jovens são capazes de distinguir entre necessidade e desejo, além de tomar decisões simples sobre gastos diários.

O nível de conhecimento considerado adequado pelo Pisa inclui a capacidade de fazer planos financeiros em contextos simples, entender as taxas de juros de um empréstimo e interpretar corretamente documentos financeiros, como faturas de cartão de crédito ou recibos de pagamento.

O relatório enfatiza a importância da educação financeira, definindo-a como o conhecimento e a compreensão de conceitos e riscos financeiros, juntamente com a capacidade de aplicá-los em decisões informadas. No Brasil, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) incorporou a educação financeira como um tema transversal obrigatório, visando melhorar essa competência entre os estudantes.

Embora o Brasil tenha um dos desempenhos mais baixos, houve um avanço em comparação com 2015, quando 53% dos estudantes não possuíam conhecimentos básicos sobre o tema. Esta melhoria é atribuída à inclusão da educação financeira no currículo escolar.

O estudo também destaca a disparidade de desempenho entre estudantes de diferentes condições socioeconômicas. No Brasil, a diferença entre a média dos estudantes mais ricos e a dos mais pobres é de 86 pontos. Além disso, as meninas brasileiras obtiveram uma média de desempenho superior à dos meninos, com uma diferença de 5 pontos.

O relatório da OCDE ressalta a necessidade de políticas públicas que apoiem os estudantes mais vulneráveis, buscando reduzir as desigualdades e garantir que todos tenham condições de tomar decisões financeiras responsáveis.

Países como Dinamarca, Canadá, Holanda, República Tcheca e Áustria lideram o ranking com os menores percentuais de estudantes abaixo do nível adequado, servindo de exemplo para a melhoria da educação financeira global.

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