Equador em 'estado de guerra': presidente adota medidas para enfrentar onda de violência

Situação levou à implementação do estado de exceção, toque de recolher e restrições a direitos básicos. Presidente também anunciou a deportação de estrangeiros presos no Equador

Pedro Miranda   Publicado em 10/01/2024, às 20h15

Canva/JC Concursos

O presidente do Equador, Daniel Noboa, anunciou nesta quarta-feira (10) que o país se encontra em um 'estado de guerra' com grupos terroristas, marcando um dia atípico nas cidades equatorianas, com aulas suspensas, pouco trânsito, ruas desertas e comércios fechados. A situação levou à implementação do estado de exceção, toque de recolher e restrições a direitos básicos.

Em uma entrevista a uma rádio, Noboa destacou que enfrentar as 22 facções criminosas atuantes no país como organizações terroristas, em vez de criminosas, permite que se apliquem leis diferentes, incluindo o direito humanitário internacional.

A medida implica que os criminosos passam a ser alvos militares, e o presidente ressaltou a necessidade de adotar abordagens mais rigorosas para lidar com a onda de violência. Até o momento, mais de 130 agentes penitenciários e outros funcionários estão sendo mantidos como reféns em pelo menos cinco prisões.

Presidente anunciou a deportação de estrangeiros presos no Equador

As principais cidades do país, como Quito e Guayaquil, vivem um cenário atípico, com aulas presenciais suspensas e consultas interrompidas na rede pública de saúde. A presença militar nas ruas é notável, com centenas de militares reforçando a segurança ao redor do palácio do governo, e parques, como La Carolina em Quito, ficaram vazios.

A escalada de violência incluiu o ataque à sede do canal TC Televisión em Guayaquil na terça-feira, provocando pânico na população, que se recolheu rapidamente em suas residências. O presidente Noboa respondeu baixando um decreto que determina o país vive um conflito armado interno.

Além disso, em uma tentativa de reduzir a população carcerária, Noboa anunciou a deportação de estrangeiros presos no Equador, destacando que cerca de 1.500 colombianos estão atualmente detidos. A crise de segurança começou com motins em prisões, fugas de criminosos, ataques a delegacias e sequestros de policiais.

A violência é vista como uma reação ao plano do presidente de construir uma nova prisão de alta segurança para líderes de gangues, após a fuga do criminoso José Adolfo Macías, conhecido como "Fito", líder de uma das facções mais temidas do país, 'Los Choneros'.

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