Deputado bolsonarista apresenta PL para criminalizar pesquisas com apoio de Lira, diz jornal

Parlamentar reclama das divergências dos dados das pesquisas eleitorais em relação ao que foi apresentado nas eleições

Victor Meira   Publicado em 06/10/2022, às 13h22 - Atualizado às 15h48

Agência Brasil

O líder do governo da Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR), apresentou o Projeto Lei 2.567/22 que criminaliza os institutos pesquisas eleitorais que tenham informações incorretas. O parlamentar busca assinaturas de requerimento de urgência. 

“Altera a Lei nº 9.504, de 30 de setembro de 1997, que estabelece normas para eleições, para tipificar a conduta de publicar pesquisa eleitoral com dados que divergem, além da margem de erro, dos resultados apurados nas urnas e dá outras providências”, cita o projeto de lei.

De acordo com a BM&C News, veículo de imprensa especializado no mercado financeiro, o PL é de interesse do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Com isso, caso o projeto tenha o número de assinaturas mínimo, o requerimento será encaminhado com urgência. 

"Se tiver fato determinado, vai ser instalada; fala em responsabilização civil e penal dos institutos de pesquisa; pretende proibir por 8 anos divulgação de pesquisa que erra margem por 2 ou 3 vezes", afirmou Lira.

Um pouco antes do primeiro turno das eleições, Lira criticou os resultados das pesquisas eleitorais em seu Twitter. 

Nada justifica resultados tão divergentes dos institutos de pesquisas. Alguém está errando ou prestando um desserviço. Urge estabelecer medidas legais que punam os institutos que erram demasiado ou intencionalmente para prejudicar qualquer candidatura.

— Arthur Lira (@ArthurLira_) September 22, 2022

Pesquisas eleitorais são criticados após as eleições

As últimas pesquisas eleitorais antes das eleições, como o Ipec e Datafolha, indicavam a probabilidade do candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vencer as eleições ainda durante o 1º turno, com uma margem de 10% em cima de Jair Bolsonaro (PL). 

Entretanto, os resultados mostraram uma eleição ainda mais apertada. Lula conquistou a preferência de 48,4% do eleitorado brasileiro, enquanto Bolsonaro teve 43,2%. 

Além disso, em São Paulo, os dados foram ainda mais divergentes. Na última pesquisa para governador indicava a liderança de Fernando Haddad (PT), com 39%, e Tarcísio de Freitas (Republicanos), com 31%. Contudo, nas urnas, quem liderou foi o candidato apoiado por Bolsonaro, com 42,32% dos votos válidos, enquanto o petista teve 35,70%.

Para senador, a diferença foi ainda maior. O Datafolha indicava uma vitória folgada do ex-governador Márcio França (PSB) tem 45% dos votos válidos contra 31% do Astronauta Marcos Pontes (PL). Porém, o ex-ministro de Bolsonaro conquistou a cadeira para o Senado, com 49,68% da preferência do eleitorado paulista, e França teve somente 36,27%.

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