Cientista político explica que voto útil não foi a razão para Lula subir; saiba o motivo

As duas últimas pesquisas eleitorais apontaram probabilidades da eleição terminar no 1ºturno, que pode ser reflexo do voto útil para Lula

Victor Meira   Publicado em 28/09/2022, às 15h06

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Nas duas últimas semanas, o ex-presidente Lula (PT) intensificou o argumento do voto útil para liquidar as eleições ainda no 1º turno. Ao que tudo indica a estratégia deu certo. Na última pesquisa Genial/Quaest, publicada na última terça-feira (27), mostra que o candidato petista possui mais de 50% dos votos válidos, dentro da margem de erro. Com este resultado no domingo, Lula seria eleito presidente. 

Um cenário semelhante foi observado na pesquisa Ipec, da última segunda-feira (26). Lula tem 48% das intenções dos votos. Na margem de erro, o candidato pode vencer ainda no primeiro turno.

Diversos cientistas políticos explicam que a melhora nos números de Lula é resultado da campanha do voto útil, que é fenômeno para escolher um candidato em rejeição ao outro candidato independentemente da sua ideologia política.

Entretanto, o analista político Felipe Berenguer, da Levante Corp, afirmou, para o site Money Times, que a ascensão de Lula foi motivada por um outro fator: a queda de indecisos e de votos brancos e nulos.

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“Algumas pessoas que não sabiam em quem votar acabaram se identificando com o Lula ou até mesmo aquelas que não iriam votar acabaram sendo convencidas”, declarou o analista. 

Para corroborar com o raciocínio de Berenguer, o professor da FGV e cientista político Cláudio Couto declarou, também ao Money Times, que é preciso ter cautela ao comentar sobre o voto útil. Ele cita a baixa variação observada nos candidatos da terceira via, Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB), para demonstrar que houve sucesso na campanha do voto útil. 

Apesar disso, Couto comentou os posicionamentos a favor de Lula, como Joaquim Barbosa, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e relator dos processos do mensalão, e de Miguel Reale Júnior, autor do pedido de impeachment de Dilma Rousseff (PT). 

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“[Esses posicionamentos são] provavelmente uma onda de voto útil, mas não podemos medir o tamanho dessa onda — pode ser um tsunami ou uma marolinha”, complementa. 

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