Apesar de Bolsonaro dizer que falta dinheiro para concursos, contas públicas tem superávit em julho

Bolsonaro retoma o tema da reforma administrativa para justificar redução nos concursos públicos

Victor Meira   Publicado em 31/08/2022, às 13h54

Agência Brasil

Na última terça-feira (29), o presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), afirmou que pretende reduzir a quantidade de concursos públicos para “proteger os atuais servidores”, uma vez que a máquina pública está no limite. A declaração foi concedida durante um evento da União Nacional de Entidades do Comércio e Serviços (Unecs).

A justificativa do Chefe do Executivo vai de encontro que o Estado não tem capacidade financeira para ampliar os gastos com a contratação de pessoal. "Vai chegar um ponto em que não teremos dinheiro para pagar mais ninguém. Muita coisa foi feita lá atrás sem o menor controle", afirma Bolsonaro.

Apesar da afirmação do presidente sobre a falta de dinheiro, o Banco Central (BC ou Bacen) divulgou, nesta quarta-feira (31), que as contas públicas apresentaram um superávit de R$ 20,44 bilhões em julho. O resultado ficou bem acima do resultado do ano passado, que foi um déficit de R$ 10,28 bilhões.

Em 12 meses, encerrados em julho deste ano, as contas acumulam superávit primário de R$ 230,55 bilhões, o que corresponde a 2,48% do PIB (Produto Interno Bruto). 

Em 2022, ou seja, de janeiro a julho, há superávit de R$ 150,33 bilhões, ante resultado negativo de R$ 15,49 bilhões no mesmo período do ano passado. O BC explica que a variação expressiva é resultado do aumento de receitas e redução das despesas.

A meta para as contas públicas deste ano, apontada na LDO 2022 (Lei de Diretrizes Orçamentárias), é um déficit primário de R$ 177,5 bilhões para o setor público consolidado. 

Em 2021, as contas públicas fecharam o ano com superávit primário de R$ 64,7 bilhões, 0,75% do PIB. Foi o primeiro ano de resultados positivos nas contas do setor público, após sete anos de déficit. 

Em 2020, as contas públicas tiveram déficit primário recorde de R$ 702,950 bilhões, 9,41% do PIB, em razão dos gastos com a pandemia de covid-19.

*com informações da Agência Brasil

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